Múltiplas Opções

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“Observar a vida, os tipos humanos, as espécies vegetais e animais, os minerais e os corpos celestes, é descobrir que nada é igual, nem ao menos dois grãos de areia.

Por maior semelhança que exista, a variedade é de uma diversidade infinita.

Por isso, cada um é um e não há repetições nem cópias, mesmo que a nossa ignorância espiritual se apegue a falsa ideia de ser igual a… 

Treinando a seleção e escolha de objetos, ganhamos experiências para selecionar e escolher pensamentos e companhias.”

As experiências que o mundo contemporâneo nos oferece, caracterizam-se pelas mais que múltiplas opções, em quase tudo. Chega a ser atordoante a variedade e quantidade, puxando nossa condição de arbítrio ou de acomodação com as decisões alheias, o que também é uma forma de usar o arbítrio.

Desde como pensar, agir e ser, até roupas e utensílios, numa cidade grande há sugestões e opções em cada bairro e na região central, numa profusão que desafia.

Nesse imenso “bazar”, a maioria das pessoas quer ter o melhor pelo menor preço, estar na moda, ser esperto, inteligente e capaz das melhores escolhas, para sentir-se vencedor. É uma espécie de guerra treinadora do discernimento, do reconhecimento da funcionalidade e das oportunidades, bem como da capacidade de saber o que lhe convém, evitando a sedução das facilidades e chamamentos ao ego.

Fica notório como a lei da evolução espiritual funciona, através do uso diário do livre arbítrio.

Quando há pouca variedade de objetos ou condutas, é mais fácil escolher, mas é menor a proporção em que nos identificamos com essas escolhas. Já as múltiplas possibilidades dão mais trabalho emocional e intelectual, e puxam muito a pessoa para se colocar. Mas permitem uma identificação das nuances personais de cada um.

Há quem considere o gigantismo comercial, por exemplo, como um nefasto resultado das interações e estilos governamentais, facilitadores da ambição desmedida, da baixa qualidade de quase tudo (incluindo pensamentos) e do predomínio financeiro.

Há quem considere que se tivéssemos poucasposses e poucas ofertas, seríamos mais simples e felizes.

Há quem só viva bem nessa agitação, onde sabe distinguir o que lhe convém, as intenções alheias e o que “vale a pena”.

De maneira que pensando nos Princípios do Espiritismo, vemos que apesar de haver forças e interesses que conduzem e comandam a sociedade, estimulando o materialismo, a cada um é dado perceber o que pode, deve e lhe faz bem, e isso tudo acaba por trabalhar as capacitações espirituais, promovendo o desenvolvimento pessoal e empurrando -pouco a pouco- para o melhor.

Nossa condição espiritual impede o reconhecimento do que realmente é esse melhor. Estamos aprendendo a selecionar, fazendo experiências e descobrindo consequências. Os equívocos, enganos e atrapalhadas podem “jogar para baixo” quem está escravo do orgulho, mas são experiências que todos fazemos, sem exceção, enriquecedoras e esclarecedoras sobre nós mesmos.

Do que, de verdade, eu preciso?

Agir assim, combina comigo?

Posso realmente ter esse comportamento ou ter tal coisa, sem causar perturbações, arrependimentos e prejuízos a mim e aos outros?

Esses questionamentos podem ser um critério que acabe se tornando uma postura diária. Ela ajudará a fazer um bom treinamento de uso do arbítrio e desenvolverá, na contrapartida, percepções extra-sensoriais e auto conhecimento.

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