Liberdade integral

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“A mente que não está tolhida pela memória, tem a verdadeira liberdade.” – J. Krishnamurti

Liberdade não é apenas ter dinheiro à vontade, nem sair pelo mundo sem destino. Essas coisas são aspectos da liberdade, facetas coerentes com objetivos que se tenha.

Liberdade integral, que se manifesta em todas as situações da vida e em cada característica pessoal, é uma condição íntima, conquistada em si mesmo, de não ser escravo da mente e nem do julgamento social.

A mente “mente”,  já sabemos, por ser constituída basicamente de memória, que é o passado, formatado pelas impressões e conclusões que tiramos na época dos acontecimentos. Presos nela, não podemos observar as especificidades de cada momento.

A razão também faz parte da mente, e por isso mesmo, sempre está contaminada com os conceitos e preconceitos que adotamos do meio social, da cultura e das reações do nosso orgulho, ante os fatos que nos desagradam.

No entanto, memória e razão são fundamentais em nossa vida. E o conjunto de funções que chamamos mente, é a condição de termos e mantermos o cérebro e o comando do corpo físico.

Por tradição social ocidental, damos extremo valor à mente, ao conhecimento diplomado e à razão. Não que não tenham valor, mas há equívoco quando predomina em detrimento da sensibilidade, ou seja, do sentir sem palavras e conotações que caracteriza o Espírito.

É este sentir, intuir, perceber, que nos permite captar o que está alem do mundo sensório, ampliando nossa participação na vida. Até porque, somos Espíritos em experiência temporária na matéria densa, que de verdade não é densa e cujo exclusivo papel é ser instrumento para despertar as potencialidades do Espírito; processo esse que chamamos de evolução.

Nos mais equilibrados e evoluídos, todas as funções mentais tem seu papel relativo e são comandadas pelo Espírito, dentro da certeza de que tudo no mundo material é efêmero e ilusório, objetivando acordar-nos para nossa essência.

Quanto mais estivermos nela, mais se abre a percepção que leva à compreensão ampla e profunda das leis universais, sob as quais funciona o universo.

A vida na matéria densa estabelece nossa personalidade atual, que é apenas a superfície de nós mesmos. Ficar limitado a ela é nos acomodar, perdendo contato com o ser imortal e cheio de potenciais e capacitações que somos.

Por isso, a liberdade é um patrimônio íntimo, conquistado pela maturidade, que estabelece a necessidade de pararmos a gangorra do sofre – pede socorro, sofre – pede socorro, para nos firmarmos em nós mesmos e no empenho de libertação de medos, conceitos e preconceitos limitantes e condicionantes.

Mas para que essa mudança seja alcançada, precisa haver o cansaço das ilusões da matéria, seguido de uma atitude firme e decidida de manter-se centrado em si. Tambem, desprender-se das energias de quaisquer pessoas, Espíritos e situações, para poder focar toda percepção em si mesmo, no que sente e infere interiormente.

Esse movimento de interiorização e auto-reconhecimento, oposto ao chamamento do mundo, que nos pede uma constante exteriorização e identificação com seus valores passageiros e com as pessoas em alta na mídia, é a condição sine qua non da descoberta da liberdade de ser.

E esse é o caminho para a liberdade integral, que implica em sentir e pensar apenas por si, independente de qualquer tipo de referência, filosofia, modelo, costume ou consequência.

O pensar verdadeiramente livre, alimenta a liberdade de sentir, ser e viver que todos alcançaremos.

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