Pensamentos influenciando

“O que fazer com os pensamentos involuntários, de caráter não edificante?” segunda parte

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Pensamentos influenciando

No artigo do número anterior desse Jornal, publicamos a primeira parte da resposta à questão título (“O que fazer com os pensamentos involuntários,  de caráter não edificante?” – primeira parte)

Essa segunda parte do caminho analítico, remete-nos ao estudo das correntes vibratórias que compõem o astral ou melhor, o campo energético formado por uma espécie de rede de interinfluências, que a todos envolve, por ser composto de matéria fluídica, mentalmente caracterizada pelos pensamentos de encarnados e desencarnados.

Ver subsídios em JC /188/janeiro 2013 – Pensamentos agrupados e interinfluentes.

Para melhor nos localizarmos nesse assunto, saindo das crendices, lembremos que os estudos recentes sobre partículas atômicas tem confirmado que não há uma delimitação estanque entre matéria densa e energética, desde que a fórmula e=mc2, criada por Einstein, estabelece que massa se transforma em energia e vice–versa.

Também sabe-se hoje, que matéria densa é energia condensada.

Esse avanço científico divulgado, facilita o entendimento do ensino espírita de que com exceção dos Espíritos, tudo o mais que existe é matéria, em variadíssimos graus de agregação e condensação, e com infinitas propriedades e características.

Enquanto para a Ciência, matéria e energia são distintas, para o Espiritismo ambas são matéria, em estados diferentes de agregação. E vai mais além, indicando que todo o Universo é preenchido por matéria muito rarefeita, que não pode ser reconhecida nem pelos atuais aparelhos humanos e nem pelos órgãos dos sentidos. Denomina-a genericamente, de fluido (1), cuja existência é perceptível por nossa capacidade extra sensorial. Onde há matéria densa, há a sua origem, que é a fluídica, sobre a qual exercemos ação pelo pensamento, estando encarnados ou desencarnados e quer saibamos ou não.

Considerando o pensamento uma elaboração íntima dos Espíritos, que se expande caracterizando-se fluidicamente no perispírito e ganhando o meio ambiente, através dos fluidos, também sabemos que na fase humana ele é revestido de palavras, idéias, conceitos, preconceitos, crenças, condicionamentos, regras, leis…

Esses elementos culturais são adotados nessa vida e trazidos de outras, entrando nas cogitações e escolhas, de maneira transparecida do íntimo, mas não conscientizada como tal, na maior parte das vezes. No geral “sobem” como intuição. A pessoa intui por si e também pode receber sugestões vindas de Espíritos, para ajudar ou para trazer à tona, situações e problemas não resolvidos. Em qualquer dos casos, a maioria de nós já é dotada de arbítrio e tem o suficiente discernimento evolutivo para saber o que é certo, bom e digno.

Equipados mentalmente com os recursos linguísticos, as crenças, as idéias, os conhecimentos, a memória e as formas habituais de pensar e reagir, temos um tipo fluídico particular, que nos identifica, fruto de nossa maneira de ser. Assim, formatamos, nosso jeito próprio, com características pessoais, que podem até tornar-se um padrão, nos aspectos que ficam imutáveis. O padrão pode ser reconhecido pela repetição de uma forma de pensar e reagir, sempre que algo daquele tipo ocorra. São os condicionamentos mentais, fruto de repetição e memorização, que perduram sem análise e sem contemporaneidade. Deles tratamos no artigo do mês anterior, JC – XVII – 193.

Pensamentos padrão ou qualquer outro pensamento e as crenças (2), emanam seu teor em forma energética/fluídica, o que provoca emoções que disparam a produção de substâncias no interior das células; isso significa que o corpo foi afetado, de forma positiva ou negativa, na medida do que se pensa.

Essas emanações energéticas nos sintonizam com pessoas e Espíritos que pensam de forma igual ou próxima, estabelecendo assim, campos vibratórios que independem do espaço físico, astral e espiritual. São as chamadas correntes vibratórias, que percorrem os espaços siderais, das quais participamos mesmo sem saber.

Que ninguém se assuste por isso, na medida em que é natural que haja ligação mental por causa dos pensamentos em comum, e portanto, podemos ficar sintonizados com encarnados e desencarnados.

Estar inserido numa corrente vibratória, significa participar de tudo que esteja nela, vindo de seus componentes, o que representa ter sua ideia ou modo de ser fortalecidos.

Esse fato fica nítido quando se percebe a necessidade de mudar e ficamos fazemos insistentes e fracassados esforços para vencer o tal pensamento. Chegamos a desistir, considerando-nos incapazes e inferiores, até porque a ideia/conduta que queremos modificar fica cada vez mais forte, quanto mais lutamos contra ela. Ocorre que “brigar” apenas nos insere, mais e mais, nessa corrente mental formada e sustentada por milhares de mentes.

Pedidos aos amigos espirituais, ao anjo de guarda, preces, estudos, determinações, no geral acabam por não produzir os resultados esperados, se a pessoa não tomar a iniciativa de alterar seu pensamento ou conduta, posto ter sido ela mesma que se inseriu nesse campo de força de ideias semelhantes. Mas na hora que pensa de outra forma, sai  automaticamente, porque estar ali é fruto de sintonia; e outro pensamento sintoniza noutra faixa, como as de Rádio e TV.

Pensamentos involuntários de caráter não edificante, que a pessoa já quer recusar, só deixarão de existir quando a própria pessoa desligar-se do pensamento, na hora que ele vier. Ou seja, distrair a mente, olhando outra coisa ou pensando em algo diferente, agindo como se não estivesse acontecendo nada; sem brigar com o que pensa, sem auto-condenação e sem auto-punição. Apensa mudar o foco mental, entrando, em consequência, noutra sintonia fluídica.

“Vire a página”, como se vira a de um livro, quantas vezes forem necessárias, até não mais retornar ao hábito mental anterior e à corrente vibratória onde estava, e se fixar na nova, escolhida em função do teor do que escolheu para pensar.

O condicionamento, enquanto não dissolvido, nos puxa para trás; por isso, durante algum tempo há  necessidade de persistência corajosa e confiante na vitória que está sendo construída.

Notas:

1 – O fato do termo fluido, no século XIX, ter servido para designar muita coisa, não é nenhum impedimento para usá-lo nomeando a matéria não densa, porque está indicando de modo genérico e representativo, toda matéria que foge aos padrões do sólido, do líquido, do gasoso e do plasmático. Alem do que, a palavra fluido foi caracterizada como a forma espírita de designar a matéria do “mundo” dos Espíritos, aquela sobre a qual os desencarnados podem agir e o estado da matéria que conduz os pensamentos; e também essa “atmosfera” astral que nos envolve 100%.

2 – E não em refiro a religião e sim a tudo que é considerado verdade para cada pessoa, incluindo as religiosas.

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