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A involuntária defesa do Criacionismo

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Ao pensarmos na origem da vida e mesmo na dos humanos sobre a Terra, duas teorias prevalecem, para explicá-la.

A primeira a surgir é o Criacionismo, segundo a qual Deus criou cada ser e cada espécie, na forma que os conhecemos, povoando a Terra. Embora muito antiga, foi o bispo anglicano Usher que a formatou em detalhes, no século XVII, tendo por base estudos de textos bíblicos, principalmente o livro Gênesis, do Velho Testamento. Ele datou em 4004 aC, o início da vida terrestre.

Essa teoria predomina, sobretudo entre os religiosos judeus, católicos e cristãos não católicos, pentecostais, mas tem variantes específicas em outras religiões, como por exemplo na mitologia chinesa, que atribui a criação da raça humana “à solidão da deusa Nu Wa, que ao perceber sua sombra sob as ondas de um rio, resolveu criar seres à sua semelhança”.

O Evolucionismo é a teoria pela qual as espécies se formaram umas das outras, das simples para as complexas, por modificações naturais, de geração à geração, tendo sobrevivido apenas os mais adaptados ao meio ambiente. Surge a partir dos estudos de dois naturalistas ingleses: Darwin e Wallace. Pesquisando cada um por si, em vários locais, incluindo o Brasil, observaram, catalogaram e chegaram a conclusão de que as espécies vegetais e animais não são imutáveis, ao contrário, mudam, se adaptam para sobreviver e evoluíram, umas das outras, chegando ao ser humano.

O livro Origem das Espécies, 1859, de Darwin, causou e causa ainda muita polêmica, por contrariar a idéia religiosa de que Deus é o criador de todos e de cada um dos seres.

Posterior a Darwin, descobertas arqueológicas, geológicas e antropológicas, usando a medição do Carbono 14, bem como a Genética (após 1866) e o DNA(após 1953), conhecimentos inexistente no tempo dele, tem sido a base científica, atual, de confirmação do evolucionismo. Por exemplo, essas pesquisas avaliam o aparecimento do ser humano sobre a Terra em cerca de 200 mil anos, a própria Terra, em cerca de 4,5 bilhões de anos e a vida na Terra em 3,5 bilhões de anos!

Pouco antes do livro de Darwin, o Espiritismo, em 1857, mostrou que um dos seus Princípios é a Lei de Progressão ou Evolução espiritual. Mas isso não significa que seja evolucionista exatamente como Darwin, porque este só viu a matéria. O Espiritismo imprime um diferencial exclusivo ao entendimento do processo evolutivo, mostrando que é o Espírito que evolui, encarnando em corpos das múltiplas espécies.

Se o papel da Ciência é descobrir as leis do mundo material, como diz Kardec, em A Gênese, cap IV item 9, o do Espiritismo é de desvendar as que governam os Espíritos e sua interação nos mundos espirituais e materiais. Por isso, obteve respostas muito diferentes das habituais, quando perguntou, aos Espíritos que trabalharam com ele, qual a origem do Universo.

Disseram que o ponto de partida é Deus, criando dois elementos primordiais: o Espiritual e o Material. O Material é apenas instrumento inerte. Do Espiritual se individualizam os Espíritos, que tendo em si as leis universais, iniciam seu processo evolutivo, atuando sobre o elemento material e usando-o como possam; isso, desde a fase sub-atômica, ocupando formas físicas cada vez mais desenvolvidas, nos vários reinos, até ter condições de encarnar com corpos humanos.

Diferentemente dos evolucionistas teístas, que pensam que Deus criou os astros e os Homens e depois a evolução se encarregou das modificações notórias, desde os tempos das cavernas aos dias de hoje, o Espiritismo indica que são os Espíritos de alta evolução, que constroem corpos celestes, e mantêm o plano diretor da vida em cada planeta.

Aliás, até para que existam, os astros e nebulosas, precisam que Espíritos estejam ali, mantendo a agregação da matéria, não importando o grau de evolução que tenham.

Significa, então, que quando um espírita diz, ou pior, ensina às crianças, que Deus criou os bichinhos, as plantas, as montanhas… comete dois erros: um doutrinário e outro científico.

E está, sem saber, dando apoio à teoria criacionista, e abrindo portas para que essa criança, quando mais velha, quando for para a universidade, negue o Espiritismo, considerando-o crendice de gente ignorante.

Sim, porque ou fechamos, conscientemente, os olhos, e negamos o que a Ciência descobre e confirma, pela arqueologia e pelo DNA, por exemplo, ou precisamos rever conceitos, para nos mantermos coerentes com o Espiritismo que abraçamos.

Dentre as consequências naturais da escolha que for feita, leve-se em conta que da maneira como pensamos sobre Deus, também pensamos sobre a Vida!

E é muito diferente o entendimento de quem se considera criado por Deus, como é, e o dos que sabem que são Espíritos individualizados, cujas características boas e sofríveis são fruto dos caminhos escolhidos, por si mesmo, em vidas anteriores e nessa. E que podem se melhorar como quiserem, até porque, se são humanos, já aprenderam o necessário para gerir corpo e mente, complexos e plenos de recursos, como o nosso.

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