fraternidade

O ideal da fraternidade

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…”As instituições que eram magníficas há 5000 anos, são velhas hoje; o objetivo que elas estavam destinadas a atingir está ultrapassado; não podem mais bastar à sociedade atual … Um novo progresso se prepara, sem o qual todas as outras melhorias sociais estão sem bases sólidas; esse progresso é a fraternidade universal da qual o Cristo lançou as semente e que germinam no Espiritismo.”

Revista Espírita – Allan Kardec – setembro de 1861 – Dissertações e Ensinos Espíritas – “A todos que conheci”

 

…”O progresso é a fraternidade em seu nascimento, porque a fraternidade completa, tal qual o espírito pode imaginá-la, é a perfeição. A fraternidade pura … é a base de todas as instituições morais, e o único meio de elevar um estado social que possa subsistir e produzir efeitos dignos da grande causa pela qual combateis.”…

Revista Espírita – Allan Kardec – novembro 1862 – “Fundamentos da ordem social”

Todos queremos ser fraternos e ter a fraternidade como uma das características pessoais. No entanto, estamos sempre a descobrir que ora somos, ora não; numa situação somos e noutra não; com uma pessoa somos e com outras não…

Sim! Estamos na terceira ordem da escala espírita, o que significa não ser possível comportamentos perfeitos, mesmo que o entendimento já esteja mais avançado. Ainda assim… será que realmente entendemos o que é ser fraterno, fraternal, possuir fraternidade?

Pelo Espiritismo sabemos que somos irmãos em Deus. E que quanto mais evoluirmos, mais sentiremos essa irmandade por todos os seres, humanos e não humanos.

Sentiremos! E é isso que importa: sentir!

Fraternidade teórica é só uma conversa bonita. Sentir é que é…

Também sabemos que após a criação, quando éramos simples e ignorantes, fomos nos diferenciando e diversificando, pelo processo evolutivo nos vários reinos, até chegar à condição humana, onde a especificidade individual continua se fazendo. Ou seja, diferimos no modo de pensar, de entender e de nos expressarmos, seja em palavras ou atos.

Por isso tudo, uns são mais fraternos que outros. Uns já começam a sentir a fraternidade universal e outros ainda não, sabendo ser fraternais apenas com os entes queridos.

E há até quem confunda fraternidade com conivência, com mimos, com dar privilégios aos que ama, com concordar em tudo, com domínio, com manipular pensamentos e sentimentos, por considerar que sabe o que é o melhor para…

Há também quem cobre a fraternidade…a própria e a alheia!

Pensando bem, se ser fraterno é sentir-se irmão, esse sentimento é que caracteriza a fraternidade! Tendo-o estamos podendo ser fraternos, na proporção que for; e não tendo…

Sentir que o outro é um irmão implica em ter absoluta convicção de que o é, não importando quem seja, o que faz e o que pensa.

Sem dúvida temos um tanto de fraternidade, mas gostaríamos de ter mais… tudo!

Aceitar-se como é, implica em estabelecer paz interior e possibilidade de ampliar o que já alcançamos. Condenar-se, culpar-se, abominar-se por não ser como gostaria, é adotar uma postura maldosa e cruel consigo mesmo, abrindo portas para perturbações emocionais e espirituais, doenças físicas e a instalação subjacente e insidiosa da hipocrisia.

As convenções sociais religiosas, os padrões artificialmente impostos de condutas ideais, podem fazer com que uns vigiem os outros, apontando dedos e comentando que este… aquele… E essa força agressiva poderá impelir muita gente a aparentar o que não é ou a deplorar-se, por pensar que não tem valor nem qualidades.

Numa época de Natal, muita fraternidade falsa é exposta e quantos dão esmolas para sentir-se fraterno!

Melhor será se nos olharmos com respeito, percebendo condicionamentos mentais limitantes e que nos depreciam para nós mesmos, e criarmos planos de trabalho pessoal para um auto entendimento de melhor qualidade, com exercitamento prático das características que queremos ampliar. Tudo isso, com muita consideração por si mesmo.

Quem sabe seja mais eficiente, se em vez de pensar que os outros são seus “irmãos”, você pense que é você que é “irmão” deles!

Percebendo um pouco da grandiosidade que é a  fraternidade, ela seria comparativamente, como um grande telhado, que para existir precisa se apoiar em paredes fortes e resistentes, as quais necessitam estar solidamente sustentadas nos alicerces.

Quais são os alicerces de conhecimento e sentimentos que garantem a solidez de paredes, ou seja, outros conhecimento e sentimentos, deles desdobrados e desenvolvidos, que permitam a existência da verdadeira fraternidade?

Quais desses alicerces já temos? E paredes? Sólidas, isto é, com a firmeza da vivência?

O Espiritismo ajuda através dos Princípios. Mas… a construção é apenas e tão somente de cada um de nós!

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