A casa sobre a rocha

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Em todas as construções elaboradas pelos Homens, quando não é levada em consideração a situação do terreno onde se erguerá um edifício, corre-se o risco dessa construção ficar inadequada, frágil e insegura para moradia. O terreno é parte fundamental para que o edifício se apresente firme e sólido.

É claro que esse cuidado deve ser acompanhado de outros requisitos que dizem respeito aos demais aspectos da construção. Mas, para a nossa reflexão, nos situaremos no plano da escolha do terreno.

No ensinamento de Jesus, aquele que constrói sua casa sobre a rocha a tem firme e segura diante das intempéries violentas. Aquele que a constrói sobre a areia tem, como resultado da imprudência, uma casa que, diante das tempestades, será destruída facilmente.

É claro que Jesus se referia, usando um recurso metafórico, às bases sobre as quais nos sustentamos para nos posicionarmos na vida.

Quais são elas, como filosofia de vida, como valores para nos apoiar, a fim de fazermos escolhas e tomarmos decisões, para nos comportarmos diante da vida, das pessoas e de nós mesmos? Em que tipo de terreno estão assentados nossos ideais, nossos anseios?

Aí está a questão fundamental que essa parábola de Jesus nos propõe, sobre a qual devemos meditar.

Aquele que construiu a casa sobre a areia representa a pessoa que não cultiva valores morais e espirituais sólidos com os quais poderia dirigir sua vida e edificar seu destino. Assenta-se em valores frágeis, apega-se a coisas e situações efêmeras como sendo eternas, dá um valor exacerbado à matéria, como sendo a meta mais importante a ser alcançada; não possui, ainda, uma visão transcendente da vida e por isso todo o seu ideal se resume no que pode aproveitar agora.

Sua concepção de vida está apoiada na areia movediça das ilusões, dos prazeres sensoriais e nas novidades passageiras e, quando chegam as inevitáveis tempestades da vida, toda a sua estrutura mental e emocional desaba e a pessoa entra num processo doentio, que pode se manifestar de muitas formas.

Aquele que sabe construir a casa sobre a rocha, que tem como base de sua vida, escolhas e decisões, valores morais e espirituais nobres, já está mais preparado para enfrentar as tormentas naturais da existência humana. Sua casa mental está bem assentada, tem alicerces firmes e bem fincados nos conceitos e princípios que lhe dão a segurança necessária para enfrentá-las e superá-las, com uma compreensão consciente do porque e das consequências de todo esse processo. Não se deixa abater. Por mais difícil que seja o momento da tormenta em sua vida, continua firme e de pé, sabendo que se está acontecendo, existem razões em si próprio para que assim seja; e sabe também que dependendo da forma como enfrenta essas tormentas, sairá delas ainda mais forte, mais firme.

O que proporciona para a criatura essa noção simbolizada por Jesus na parábola? O que pode nos dar o sábio discernimento de onde construir a nossa casa? Como escolher o terreno certo para a nossa construção existencial?

Há milênios o Homem tem recebido orientações sobre valores para orientar sua vida. Em todas as filosofias, religiosas ou não, desde as mais antigas, o homem tem sido aquinhoado com ensinamentos valiosos que lhe sugerem caminhos mais nobres, mais elevados, portanto, mais eficientes.

Para nós, o Evangelho de Jesus, na sua simplicidade, sem os enxertos com que os Homens o desfiguraram, é um ponto alto dessa orientação.

Hoje, com o Espiritismo, que tem por base os ensinamentos morais de Jesus, parte da rocha sobre a qual está assentado, vemos descortinar aos nossos corações e mentes, os recursos que necessitamos a fim de nos edificarmos sobre alicerces seguros, fortes e indestrutíveis, que são os seus princípios fundamentais que podem nos sustentar na caminhada evolutiva, muitas vezes entremeada de tormentas.

Basta que vejamos, com os olhos da alma, toda essa possibilidade e não nos deixemos levar por certas facilidades, que muitas vezes nos convidam a voltar para o frágil terreno arenoso.

Que o nosso terreno seja a rocha, ou melhor dizendo, valores que alimentam a nossa alma, formados pelo que o Mestre Jesus nos trouxe, ampliado e aprofundado pelos princípios ou le
is trazidos pelos espíritos maiores que trabalharam na codificação da Doutrina Espírita.

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