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Espiritismo ou mediunidade? Ou ecletismo?

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Curiosamente, nem sempre que lemos ou ouvimos alguém afirmar que o Espiritismo mudou sua vida, a causa dessa renovação foi ele mesmo! Costuma ser a mediunidade, ou melhor dizendo, alguma informação vinda através da mediunidade, que pode até não representar ou sequer passar perto dos ensinos tipicamente espíritas.

Quem se dispuser a observar isso em livros, textos, palestras, cursos… estou certa de que se surpreenderá.

A mistura conceitual, talvez se baseie no equívoco de que se o médium e/ou o Espírito se dizem espíritas, é garantia de que fluem idéias eminentemente sustentadas nos Princípios do Espiritismo.  Mas não é o que ocorre; e não há nenhuma censura nessas palavras, mas há um critério firme e necessário.

Cada um trás suas concepções, crenças e modos de ver a vida, muitas vezes mantidos por encarnações, e o que aprende no Espiritismo demora algum tempo pra ser realmente espírita; e mais algum tempo, pra ser a sua forma de pensar e agir. Por isso, é  costumeira uma “salada mista” conceitual, onde sempre predomina o que está há mais tempo formando o campo mental da pessoa; ou ela adota modismos…

Todos somos um tanto assim e não há nada de errado nisso, porque o processo evolutivo é pessoal, gradativo e não é linear.

Mas quem já pode, deve analisar friamente, sem temor, com respeito, independente de nomes famosos e até bem considerados, e fazer sua seleção!

Digamos que se deixa confundir, somente quem não pode distinguir! Ou estaria havendo conivência e descaso ético…

Distinguir e qualificar, mas por favor, não criar discussões, brigas, dissidências e falsa superioridade, porque esse hábito pernicioso e já gasto em nosso mundo, só revela vontade de predominar e submeter! Sendo que Kardec insiste na educação que edifica as criaturas e na liberdade de consciência e pensar. Autonomia!!!

Ao se manifestar, expressar-se do modo que for, cada um externa suas idéias com o foco, as nuances, a linguagem  os limites e a amplitude, os preconceitos, os condicionamentos, a profundidade e a pessoalidade que o caracteriza. E nisso está incluso o seu modo de entender o Espiritismo. Modo esse que pode até deturpá-lo, por exemplo, se o médium ou o Espírito, por exemplo, optam pela heteronomia e pelo carma.

Livro, mensagem, palestra… falando sobre Jesus, reencarnação, superação de dificuldades, problemas humanos, boa conduta, situação dos desencarnados, mediunidade… não significa estar estudando, divulgando e nem sequer abordando o que propugna o Espiritismo.  É preciso ver se sim ou se não e em que pontos combina ou descombina com os ensinos de Kardec.

Temas de interesse geral, como os citados acima, podem ser muito bem abordados e de forma bastante útil, mas não espírita!

Essa distinção não é um radicalismo e nem exclusão dos valores, muitos deles notórios, de outras concepções e filosofias.  É o necessário discernimento, até mesmo ético, do que pertença e caracterize o Espiritismo. Afinal, se o escolhemos como linha de pensamento, é essa linha que nos cabe conhecer, e usar como critério de entendimento, análise e posicionamento na vida.

Quem prefere o ecletismo, que se posicione como tal. Nada temos contra, até porque o Espiritismo nos encaminha para a autonomia, sob todos os pontos de vista!

O que não cabe na ética e na lógica, sendo um grande desserviço, é a aceitação de um ecletismo chamando-o de Espiritismo.

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