O Julgamento

Ato 3 (sequência final) – O Julgamento

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O Julgamento

(Sequência do JNC – 243 de agosto de 2017, que editou parte do terceiro ato dessa peça teatral, comédia, na qual  Zé do Povo está em julgamento, mas terá sua pena diminuída. No primeiro ato, publicado em comemoração aos 21 anos no JNC,  n-o  241 de junho de 2017, Zé do povo não sabe porque será julgado.)

Promotor: – Segundo o IASP-Internacional Association for the Study of Pain, (faz cara de sabichão) a definição de dor é a seguinte: “ Experiência sensitiva e emocional desagradável, associada ou relacionada a lesão real ou potencial, dos tecidos”.

Zé do Povo: – Vixi…Lascou…

Promotor vai andando e falando e Zé do Povo vai imitando: – Ainda, segundo esse estudo, existem várias maneiras sistemáticas de se avaliar a dor: -Escala verbal numérica -Escala numérica visual

-Escala visual analógica -Escala de categoria de palavras  -Escala Comportamental.

O promotor dá de frente com Zé do Povo imitando-o, e ele fica sem graça.

Promotor: – Como os animais não falam…

Deus levanta a mão: – Falar falam…Os humanos que não entendem…

Promotor: – Como não entendemos a “fala” dos animais, levaremos em consideração a escala comportamental. Ela leva em conta as expressões da face e os movimentos do corpo. E usaremos uma escala de escore, para medir…

Deus já com sono, bocejando: – Chega disso! Eu sou Deus! (trovão e piscadela para o público). Eu afirmo que a dor e o sofrimento serão medidos em “Unidades de dor”. E como eu sei de tudo e estou em todos os lugares, digo que um frango sofre mil e duzentas unidades de dor ao morrer!  E tenho dito!

Promotor: – Pois bem… Já que o senhor disse…(fazendo careta de desagrado e guardando as páginas com as últimas pesquisas científicas sobre o assunto, que ele havia pesquisado vários dias).

Deus: – Depois, só pra não dizerem que sou um ditador, você confirma os dados com os cientistas…(piscando para o público, porque havia visto as pesquisas na mão do promotor e sendo deus, tinha conseguido ler…).

Promotor: – Vamos lá… Um frango sofre mil e duzentas unidades de dor, ao ser morto… (pega a calculadora). Se dividirmos pelas partes do corpo, coxa, asas, miúdos, cabeça, pés, peito… que cada pessoa come, e levarmos em consideração o fator abrandamento de um milionésimo da culpa… Vai dar… por volta de duzentas unidades de dor, por frango.

Zé do Povo arregala os olhos e começa a roer as unhas.

Promotor: – Levando em consideração a conversão da dor, o dolar, a questão do subsídeo e a parte do governo (gesto de roubo) … Muito bem… pelos cálculos, você (aponta)  Zé do Povo,  vai ter que sentir um leve incômodo…

Zè do Povo: – Ufa … Um leve incômodo!

Promotor: – Sim… Como se encostassem um ferro em brasa na sua pele!

Zé do Povo fazendo careta:- Doi, mas se é pra sentir uma vez essa dor e depois sentir a alegria … Tudo bem! ( mostra o peito para ser queimado) … Pronto, pode queimar aqui…

Zé do Povo arregala os olhos e vai ficando cada vez mais aflito conforme o Promotor lê a sentença.

Promotor: –  Calma…  Ainda não acabei de falar a sentença…

– Condenado a sentir um ferro em brasa na pele (piscando) …a cada dez minutos! …

Zé do povo fica cada vez mais aflito.

Promotor: – Por quinhentos anos!

Zé do Povo desmaia.

Deus faz gesto de desdém e entra a enfermeira: – Acorda ele anjinha…

Enfermeira acode o Zé do Povo, e ele acorda!

Deus:- Calma Zé… Ainda falta calcular as consequencias dos bifes que você comeu, dos churrasquinhos, dos ovos, do leite, da carne de porco, da mortadela, dos embutidos e de toda dor e sofrimento que você causou por aí…

Zé do Povo: – Vixi! Tõ lascado de vez!!!!

E desmaia de novo!

Fim do terceiro e último ato!

PRÓLOGO

Tudo isso não passa de uma saudável brincadeira, porque não seremos julgados por Deus, mas serve para refletirmos sobre nossas ações e a suas consequências naturais!

Os atores retiram as fantasias e fazem uma discussão sobre a importância de sermos responsáveis por nossos atos e em conhecer as consequências diretas e indiretas das nossas ações, no caso em relação aos animais e os abusos e violência que sofrem pela inconsciência humana. Podendo ser abordados temas veganos, morais e espirituais, conforme a plateia e o local.

Quem quiser representar essa peça, fale conosco ou com o dr. Ricardo Capuano (11-20975643 – Clinica Veterinária)

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