No seu livro A Gênese, de Kardec, adulterado, não existem os seguintes textos – III

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Capítulo XVIII – itens 5, 14 e 30

5 – A previsão dos movimentos progressivos da humanidade, nada tem de surpreendente para os seres desmaterializados, que veem o alvo para o qual tendem todas as coisas, entre os quais alguns possuem o pensamento direto de Deus. Eles presumem, nos movimentos parciais, em qual época um movimento geral poderá ser realizado. Da mesma forma que se pode calcular com antecipação, quando um arvore dará frutos, e os astrônomos calculam a época de um fenômeno astronômico, pelo tempo que leva um astro para completar sua revolução. Mas aqueles que anunciam esses fenômenos, autores de almanaques que predizem eclipses e marés, por certo não estão em condições, de fazer os cálculos necessários: apenas os repetem. O mesmo ocorre com os Espíritos secundários, cuja visão é limitada, e somente repetem o que convém aos Espíritos superiores revelar.

14 – A vida espiritual é a vida normal e eterna do Espírito e a encarnação é apenas uma forma temporária de sua existência. Salvo a vestimenta externa, há identidade entre encarnados e desencarnados. São as mesmas individualidades sob dois aspectos diferentes, pertencendo tanto ao mundo visível quanto ao invisível. Encontrando-se, neste ou naquele mundo, contribuem para o mesmo objetivo, por meios apropriados a cada uma dessas situações.

Dessa lei deriva a da perpetuidade das relações entre os seres. A morte nunca os separa, e nem põe fim aos seus vínculos afetivos e deveres recíprocos. Advém daí a solidariedade de todos para com um e de um por todos, e também a fraternidade. Os homens somente viverão felizes na Terra quando esses dois sentimentos tiverem entrado em seus corações e costumes, pois então adequarão a eles suas leis e instituições. Esse será um dos principais resultados da transformação que se realiza.

Como conciliar os deveres da solidariedade e da fraternidade com a crença de que a morte torna os homens, uns em relação aos outros, eternamente estranhos? Pela lei da perpetuidade de relações que une todos os seres, o Espiritismo fundamenta esses dois princípios nas leis naturais, faz deles não somente um dever, mas uma necessidade. Pela lei da pluralidade das existências, o homem se relaciona ao que fez e ao que fará, com os homens do passado e os do futuro; já não pode dizer que nada tem em comum com os mortos, pois uns e outros se encontram constantemente, neste e no outro mundo, para ascender juntos a escala do progresso, prestando um mútuo apoio. A fraternidade não mais se restringe a alguns indivíduos, unidos pelo acaso, durante a curta duração de uma vida, mas é perpétua como a vida do espírito, universal como a humanidade, a qual constitui uma grande família onde todos os membros são solidários uns com os outros, qualquer seja a época em que viveram.

Tais são as ideias que resultam do Espiritismo, e que serão provocadas por ele entre todos os homens, quando estiver universalmente difundido, compreendido, ensinado e praticado. Com o Espiritismo, a fraternidade, sinônimo da caridade pregada pelo Cristo, não é mais uma palavra vã, pois tem sua razão de ser. Do sentimento de fraternidade nasce o de reciprocidade e o dos deveres sociais, de homem a homem, de povo a povo, de raça a raça. Desses dois sentimentos bem compreendidos, inevitavelmente surgirão instituições mais proveitosas ao bem-estar de todos.

30 –  Nós presenciamos essa transformação, ao conflito que resulta da luta das ideias contrárias que procuram se implantar; umas marcham com a bandeira do passado, outras com a do futuro. Caso se examine o estado atual do mundo, reconhecer-se-á que, tomada em seu conjunto, a humanidade terrestre está longe ainda do ponto intermediário onde as forças se contrabalançam; que os povos considerados isoladamente, estão a uma grande distância uns dos outros nesta escala; que alguns tenham chegado àquele ponto, mas que ninguém o tenha ultrapassado. Não obstante, apesar disso, a distância que os separa dos pontos extremos está longe de ter a mesma duração, e uma vez transposto o limite, o novo caminho será percorrido com uma velocidade, tanto maior quanto a quantidade de circunstâncias ajudarem a superar os obstáculos. Assim se realiza a transformação da humanidade. Sem a emigração, isto é, sem a partida dos Espíritos retardatários – que não devem voltar, ou que só voltam depois de haverem melhorado – a humanidade terrestre não ficaria, dessa forma, indefinidamente estacionária – porque os Espíritos mais atrasados também avançam – mas seriam necessários séculos e talvez milhares de anos, para chegar ao resultado que um meio século bastará para realizar.

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