Os hábitos são marcas profundas em nós e podem ser difíceis de serem transformados.
E não raras vezes na vida, nos indagamos sobre como deixar de lado velhos maus hábitos, ainda tão fortes em nós.
Vindos da nossa infância, da maneira como fomos criados, do meio em que vivemos… em algum momento da existência, por obrigação, por nos ensinarem ou por vontade própria, aprendemos e nos acostumamos a pensar, agir e reagir de determinadas formas e passamos a repeti-las frequentemente. Essa repetição se chama hábito, que vamos considerar que sejam bons ou maus.
É importante aceitar e perceber esses hábitos; e saber discernir quais são os não benéficos, ou melhor, os velhos maus hábitos, caso busquemos aperfeiçoamento e uma vida com mais harmonia e equilíbrio.
Existem alguns caminhos para que essa mudança aconteça.
Primeiro temos que reconhecer esse hábito, e para que esse reconhecimento aconteça é necessário olhar em profundidade para dentro de nós mesmos e enxergar, com olhos de ver, como eles surgem e quais são as suas consequências. Cabe destacar aqui que esse olhar não é um olhar julgador e muito menos condenador. É um olhar amoroso para consigo mesmo, ciente de que é um ser em evolução, ou seja, está em um processo de aprendizado constante.
No segundo momento, aos poucos é possível, utilizar do arbítrio, de boa vontade e perseverança, para transformá-los gradativamente.
Por exemplo, uma pessoa que utiliza sempre palavras grosseiras e rudes em diversas situações da vida. Primeiro, cabe o olhar amoroso e atento para reconhecer esse hábito. A motivação para isso, não é porque o outro
apontou como errado, ou a religião disse isso ou aquilo, e sim porque o próprio ser está decido a mudar, na medida em que percebe que essa mudança produzirá melhores resultados para ele mesmo.
Depois de reconhecido, e ainda preenchido do olhar amoroso, cada vez que for falar uma palavra grosseira, procurar trocar por alguma mais suave, e refletir sobre o porquê de ter que responder à vida dessa forma. E aos poucos esse hábito vai se transformando.
Assim como as palavras, há pensamentos que também são hábitos. Controlamos o que pensamos por alguns instantes, porém, na maior parte dos nossos dias, perdemos esse controle e voltamos aos pensamentos fixos, muitas vezes negativos (velhos maus hábitos). Assim como nossos comportamentos, atitudes… Cabe então, a cada criatura, dentro da sua maturidade espiritual e das suas possibilidades atuais, reconhecer e transformar esses velhos maus hábitos, se assim desejar.
Porém, existirão vezes que esses hábitos, por estarem há muito tempo tão enraizados em nós, que não conseguiremos modifica-los num primeiro momento e quando os usarmos de novo, é importante pensar consigo mesmo “Novamente manifestei um velho mau hábito e estou ciente de que não foi bom para mim. Vou ficar mais atento e da próxima vez, antes que aconteça, eu quero perceber e criar condições íntimas para ser capaz de impedi-lo ou ao menos, diminuí-lo, com melhor uso do meu arbítrio.”
Muitas vezes nós percebemos somente depois e não no momento em que está acontecendo, por isso é importante estar na vida com consciência, atenção e lucidez, para conseguirmos cada vez mais, perceber as manifestações dos velhos maus hábitos, transformando-os, através de escolhas mais conscientes, lúcidas e melhores.