egoismo
egoismo

Egoísmo

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  1. egoísmo é amor exagerado aos próprios interesses a despeito dos de outrem
  2. egoísmo é exclusivismo que leva uma pessoa a se tomar como referência a tudo; orgulho, presunção

Muito se fala sobre os prejuízos do egoísmo para quem o tem e para quem recebe o efeito de suas ações. Um estudo mais acurado do Espiritismo não ajuda a entender melhor essa característica.

Na questão 915 de O Livro dos Espíritos, Kardec pergunta: O egoísmo sendo inerente à espécie humana, não seria sempre um obstáculo ao reinado do bem absoluto sobre a Terra? A resposta é a seguinte: É certo que o egoísmo é vosso pior mal, mas ele se prende à inferioridade dos Espíritos encarnados sobre a Terra e não à Humanidade em si mesma. Ora, os Espíritos em se depurando pelas encarnações sucessivas, perdem o egoísmo como perdem suas outras impurezas. Não tendes sobre a Terra nenhum homem desprovido de egoísmo e praticando a caridade? Eles existem além do que acreditais, mas os conheceis pouco porque a virtude não procura se pôr em evidência. Se há um, porque não haveria dez, se há dez, porque não haveria mil, e assim, sucessivamente?

O ponto básico, como se vê na resposta para Kardec, é que o egoísmo não é inerente à espécie humana e sim está relacionado com a inferioridade espiritual de quem o desenvolveu. Significa que não é obrigatório que os seres humanos sejam egoístas, embora a maioria o é. Mas é em graus diversos de intensidade, porque a situação evolutiva de cada Espírito é específica; ela se constitui da somatória das características desenvolvidas e não desenvolvidas e mesmo assim, nenhuma delas é totalmente uma coisa ou outra, dada a relativa semelhança evolucional dos terráqueos. Portanto, não é verdade que crianças pequenas sejam egoístas por natureza!

Também é preciso ter em mente que inferioridade é uma situação absolutamente relativa, pois inferior a quem? Portanto inferioridade não é uma situação estanque e sim uma infinita gradação de condições evolutivas, uns em relação aos outros. E mesmo assim, inferior em qual aspecto? Porque somos inferiores em um determinado e não em outro, relativamente a alguém com quem estejamos cotejando as condições. Cotejando para estudo e não para comparação, porque não há comparação entre pessoas/Espíritos. Cada um é um “universo” peculiar.

Sendo a lei de evolução ou progressão dos Espíritos, um dos Princípios básicos do Espiritismo, é por ela que se faz o estudo e a análise do egoísmo, entendendo obviamente, que há gradação em intensidade e extensão nas manifestação dessa característica, que por si só denota pouca evolução em alguns aspectos. Ou seja, imperfeições no modo de entender a vida, o que é natural para todos, porque é gradativo o desenvolvimento da inteligência racional, que desenvolve o arbítrio e deste vindo as consequências naturais, a pessoa ao ter que lidar com elas – boas e más – desenvolve seu senso moral. Ou seja, é perfeitamente comum a gradação e a irregularidade do desenvolvimento da inteligência racional, ou todos teríamos o mesmo grau evolutivo. Assim, podemos nos deparar com pessoas altamente inteligentes em alguns aspectos e fracas em outros, o que sempre chama a atenção, e se diz: sendo quem é, como pode ser assim… como pode pensar assim…

E aí está a grandiosidade das leis divinas, porque todos somos irregularmente desenvolvidos, tendo aspectos mais, outros medianamente e alguns pouco saídos da ignorância total. Evoluímos gradativamente da inconsciência para a consciência e da ignorância para a sabedoria. Por isso uma pessoa boa pode ter aspectos egoístas. Uma pessoa muito lúcida, pode ter aspectos egoístas.

Ou seja, só a gradual maturação espiritual pessoal, pela percepção que cada um desenvolve conforme suas experiências e reações, mais ou menos altaneiras ante as dificuldades, provações e complexidade de relacionamentos – sua história evolutiva – lhe permite evitar ou decidir não se utilizar do egoísmo. A maioria que o demonstra, não percebe que se utiliza dele; e age com egoísmo porque pensa um tanto egoisticamente.

A pessoa que se mostra egoísta, provavelmente tem algum aspecto em vantagem sobre os demais e passa a entender que é superior em tudo. Os outros costumam ajudar nesse desvio de rota, incensando a pessoa, ou por submissão, ou por interesse ou por imitação, para ser aceito e considerado. Então, o egoísmo poderá ir se acendrando, virar um hábito, e se tornar um condicionamento de vidas e vidas.

As sábias leis divinas, gerando consequências naturais às escolhas feitas, aos poucos empurra a pessoa para o sofrimento e este promoverá um processo, cujo tempo de funcionamento depende da rigidez ou flexibilidade mental de cada um que esteja nessa situação; é então que seu senso moral vai se modificando, até a criatura perceber que é o artífice de sua situação, e está em suas mãos reverter isso.

Essa reversão se fará das mais variadas maneiras, umas mais brandas e outras mais doloridas, dependendo evidentemente do modo de ser e escolher de cada um. Há quem se entenda em equívoco, e inicie uma mudança administrada; e há quem se decida por caminhos expiatórios por sentir-se em falha com a vida. Seja como for, a maturação espiritual elimina o egoísmo, porque qualquer melhoria moral depende da pessoa entender, decidir, processar e manter uma mudança de pensamentos,
que trarão nova conduta e um posicionamento pessoal mais justo e equilibrado, beneficiando-se, bem como a todos.

Esse processo todo é lindo, digno e sublime.

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