O balão de ensaio

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Casimiro chegou correndo e ligou o micro, acessou a internet e ficou no aguardo, ansioso.

Olhando no relógio a cada minuto, esperava que o e-mail chegasse, mas não chegou.

Frustrado foi dormir depois de engolir alguma coisa, pois perdera a fome. E rolou na cama até de madrugada, imaginando, supondo e refazendo os fatos, para ver se se enganara.

– Onde terei errado?

Acordou cansado, trabalhou sem gosto e sentiu-se desmotivado.

– Sou uma besta idiota!

Aquela velha depressão reencontrou seu lugar no âmago de Casimiro e as luzes da cidade lhe pareceram nubladas. Cada ruído, brecada e voz humana irritou-o sobremaneira.

Seu anjo guardião a tudo observava quieto.

Essa situação funcionara como balão de ensaio, para Casimiro provar que já se garantiria na decepção. Que não recairia em seus vícios mentais de coitadismo, infantilidade emocional e transferência de responsabilidade; hábitos antigos, de outras vidas, que só fragilizaram e limitaram sua caminhada.

Agora ele tinha possibilidade de vencer, após tantos estudos, exercícios e auto determinações.                 

Mas não se garantiu!

No entanto, toda superação se faz por etapas, porque ocorre no interior da pessoa. É sempre um trabalho próprio, cujo resultado depende do grau de maturação desenvolvido através das vicissitudes da vida. Casimiro teria tirado nota quatro, se houvesse nota.

Ainda bem, pensou seu protetor espiritual. Ainda bem!

Pelo menos não parou de trabalhar… Já é um bom progresso!

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