O pessoal e o coletivo

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Vacina Astrazeneca; vacinação contra o Covid-19; foto: Eduardo Frazão

Sem a menor pretensão de ensinar o pai nosso para o vigário, há uma profunda diferença entre saúde pública e particular, sob vários enfoques.

No particular, paciente ou médico podem escolher formas de tratamento e recursos diversos visando a cura. Serão ou não aceitos reciprocamente. A mentalidade do paciente combina ou não com a do médico e se não combinar – estando um ou o outro certos ou errados – o paciente pode procurar outro médico que lhe dê mais confiança e atenda suas necessidades que não são apenas físicas, mas também psicológicas, emocionais e espirituais.

Muita gente se opõe a tratamentos ditos convencionais, alopáticos, ou seja, generalizados hoje pela classe médica. Até porque há inúmeras vertentes médicas, com estruturas de diagnóstico e tratamento específicos. Por exemplo, Louise Hay alterou hábitos, curou seu câncer e publicou o método que utilizou. Muita gente se interessou, considerando que seria fácil repetir o que ela fez. Mas não foi e não é fácil, porque implica em condições pessoais de seriedade, dedicação, força interior, recursos energéticos e possibilidade de cura, no momento considerado.

Observar que Jesus não curou todos os doentes do seu tempo, na medida em que, para isso, é preciso que a doença tenha cumprido seu papel no doente.

Mas… um livro não é uma imposição. Compra e lê quem quer. Aceita quem quer. Caso Louise Hay fosse um órgão público e impusesse seu método, seria uma tirana insana e irresponsável.

Por que? Por que numa coletividade há uma infinidade de mentalidades, variando pouco ou muito de um padrão que serve para estatísticas e estudos generalistas. E aí mora a grande diferença! Se no coletivo alguns médicos  e pacientes, têm opinião balizada e própria, uma postura mental autônoma para escolherem aceitar ou não tratamentos e medicamentos, a maioria  não tem esse critério, e portanto, não pode ser levada a práticas sobre as quais não têm conhecimento específico, nem capacidade avaliativa dos resultados, já que cada organismo reagirá de uma forma.

Por isso é preciso estudar continuamente e ter um mínimo de formação científica, se médicos; e buscar na própria sensibilidade e percepção, algum sinal positivo ou negativo, se a pessoa for paciente. Certo que confie em seu médico. Mas isso não dispensa uma fraternal postura analítica, porque médicos também são gente e sujeitos a limites e interferências negativas.

Quando Franz Anton Mesmer pretendeu divulgar seu método de cura exclusivamente pelos passes magnéticos, procurou a classe médica e não o povo, porque sabia que popularmente seu tratamento se tornaria ou uma brincadeira ou uma lei; e sofreria deturpações e desvios de objetivos, na medida em que as bases estruturais, científicas, precisariam ser conhecidas, entendidas e administradas. Isso só poderia acontecer ao longo do tempo e com a dedicação da classe médica, como aconteceu muito depois, mesmo assim gradativamente. Claro que algumas pessoas sem formação médica podem entender profundamente um estilo de tratamento, antigo ou moderno; somos reencarnantes. E mesmo médiuns podem transmitir formas diferenciadas de cura. Algumas ancestrais.

Quando um pajé indica alguma erva para a cura de um mal físico, essa informação fica restrita à tribo ou a quem busque essa informação. Só poderia ser indicada para a coletividade após o tempo devido de testes e observações de resultados, e em pessoas de todos os tipos físicos, idades e as costumeiras comorbidades, mostrando-se eficiente para a maioria.

De novo, sem querer ensinar o pai nosso para o vigário, não existe tratamento e nem medicação 100% eficiente. Sempre depende do organismo, da mentalidade e das condições físicas, emocionais e espirituais do paciente. Até da idade que tenha…

Assim sendo, quando há um problema de saúde pública, no âmbito particular muita gente toma medidas, práticas e faz uso de substâncias pretendendo a cura; e é o que acontece, muitas vezes. Até um copo de água pode ser o agente dessa cura. Mas isso não significa que essas providências sirvam para todos. Se um médico indica um determinado tratamento, seu paciente pode ou não aceitar. Fica tudo ao nível das decisões e responsabilidades particulares. Se esse médico, buscando sinceramente colaborar com a população, ou buscando prestígio como “salvador da pátria”, divulga sua forma de tratamento, ainda assim fica na dependência de cada um que tome conhecimento dessa sugestão, aceitá-la ou recusá-la; seja ela eficiente ou não. Ainda estamos no âmbito particular.

Todavia, quando se trata de oficialmente, governamentalmente, os órgãos encarregados da suade pública tomarem providências ou instituírem um tratamento ou medicamente, esse só pode ser o que foi testado na diversidade de pessoas, situações físicas e implicações psicológicas. Algo generalista, neutro, que nunca sendo uma solução absoluta, 100% ou definitiva, mas atenda a maioria. Coletividade é maioria…

Ainda estamos muito longe da prática do entendimento, que já se tem, de que a maioria é feita de cada um em particular; que nesse caso teria que ter um tratamento específico, assim como uma didática específica. Mas, para suprir isso existem médicos, tratamentos, estilos de medicina, técnicas e substâncias medicamentosas ou estimulantes da saúde, em grande número.

O progresso do entendimento coletivo é mais lento do que o de algumas pessoas; em todas as áreas. O Espiritismo explica isso pela diversidade das histórias evolutivas de cada um. A homeopatia exemplifica isso, tanto em termos de quanto demorou para tornar-se uma área médica e um tratamento oficial, quanto pela ainda pequena aceitação e uso, pelo público em geral.

A prefeitura de São Paulo, segundo um amigo que fez esse tratamento várias vezes, há muitos anos incluiu sessões de acupuntura opcionais; mas é aos poucos que foi havendo adesão à essa técnica tão salutar. Tudo vai gradativamente, porque mudar mentalidades, medos, condicionamentos mentais, preconceitos e hábitos, depende do amadurecimento e da vontade de cada um.

Onde quero chegar? Na vacina contra a Covid. Afinal, esse é o tratamento preventivo para essa pandemia! Afora, é óbvio, o fortalecimento do sistema imunológico, com base em critérios de qualidade alimentar, sono, exercícios respiratórios, físicos e até homeopatias ou fitoterápicos, para essa finalidade.

Nenhuma vacina, seja para qual for a doença, tem 100% de eficácia, fato amplamente divulgado; assim como nenhum tratamento é 100% eficaz, porque cada corpo é de cada Espírito e possui características funcionais e reativas exclusivas. Mas, no momento histórico que vivemos, atende a necessidade atual da maioria que, em nosso país, por exemplo, estava sem rumo, empurrada para acreditar em egos inflados e recebendo instruções oportunistas e irresponsáveis.

A vacina previne um tanto, imuniza um tanto e serve para todos. Iguala as pessoas. É democrática.  

Será certamente aperfeiçoada, lógico! Ainda não há domínio científico sobre as causas e as consequências dessa pandemia. Se ela fosse uma mentira, como ainda há quem diga, não estaria em todos os países, que afinal, têm habitantes, costumes, história, governos, interesses, estrutura e mentalidade bem diferentes dos nossos.

Além do mais, ser vacinado desperta uma postura psicológica positiva, facilita o ilusório retorno a uma normalidade que muda a cada tempo, alegra, estimula a positividade mental e emocional, o que leva à produção de substâncias saudáveis no interior das células da maioria das pessoas. Ajuda na imunidade!!!

Enaltecer apenas as deficiências e insuficiências naturais das vacinas é fortalecer o medo, a angústia, a desesperança; é manter pessoas psicologicamente frágeis, deprimidas e sujeitas a interferências humanas e espirituais malignas e desviadoras dos objetivos da Vida.

Quem analisa e pode escolher, por consciência e conhecimento, tem obrigação moral de não desviar a maioria que ainda não tem critério para fazer opções; por isso, precisa de soluções e decisões humanitárias, saudáveis e genéricas, mas que atendam a todos.

 Um dia será diferente!

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