18 de maio de 2012
por Cristina Sarraf
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Está tudo certo na sua vida!

Quantas vezes ouvimos/lemos a afirmação que nos serve de título? Quantas vezes ela nos pareceu correta? Quantas, a repudiamos como absurda? E quantas soou como uma espécie de punição ou como se a Vida nos tratasse com  ironia?

Pensando bem, estará mesmo, tudo certo na vida de cada um de nós?

O que significa: tudo certo?

Como é possível considerar certo, tudo que está errado, causa dor, perturba, está complicado e dificultoso?

Afinal, não somos pessoas que acreditam em tudo que ouvem  e nem daquelas que crêem no sofrimento para ganhar o “céu”.

Por isso, vale a pena examinar se a frase está equivocada ou equivocado está o nosso entendimento sobre ela?

Às vezes, essa frase vem expressa da seguinte maneira: Você está sempre no lugar certo e com as pessoas certas…

Para analisar a afirmação, vamos lembrar alguns dos  Princípios do Espiritismo, que também chamamos de Leis Universais, como critério para desenvolvermos um entendimento espírita:

– somos Espíritos imortais e reencarnantes;

– estamos, todos, em processo evolutivo; ou seja, o que sabemos e podemos está limitado e dependente do quanto já desenvolvemos em cada aspecto considerado;

– temos arbítrio acoplado a consequências naturais, o que nos faz agentes das situações que vivemos;

– temos capacidade de nos relacionar com os desencarnados, em graus sutis ou explícitos, o que chamamos de mediunidade;

– estamos mentalmente em contato com encarnados e desencarnados, afins com aspectos de nossa forma de pensar e deles recebemos, ocultamente, influências de todos os tipos;

– nossos pensamentos agem diretamente na matéria em estado fluídico, dando-lhe forma e qualidades impermanentes;

– inclusive temos um corpo fluídico, cujas vibrações obedecem nossos sentimentos e pensamentos e os fixam no

corpo denso, originando consequências orgânicas, ou seja, a somatização de nossas características e conduta mental.

Pronto! Munidos desses critérios, temos instrumentos para analisar a frase, alem da aparência das palavras.

Se somos os agentes da nossa vida, com arbítrio para escolher e evoluindo para aprimorar as escolhas, porque há coisas ruins ocorrendo conosco? Certamente porque não discernimos as consequências dessas escolhas, provocando, situações que nos mostram o que precisamos aprender. Esse pouco discernimento, que não permite distinguir o que nos trará benefícios ou dificuldades, é reflexo da pouca evolução espiritual que temos.

As reencarnações nos dão oportunidades de vivencia dos aprendizados; assim descobrirmos  quanto já podemos realizar e o que falta para amadurecermos a possibilidade de pensar e agir de forma mais coerente e funcional.

As influências não podem ser culpabilizadas pelos nossos equívocos e descaminhos, porque só nos afetam pela sintonia com características que possuímos ou ainda não eliminamos de todo.

As naturais consequências de nossa forma de pensar, se manifestam em todos os aspectos da vida, mas quando evidenciadas em problemas físicos, tornam-se testemunhas gritantes de que é preciso rever conceitos e hábitos mentais.

Naquilo que vai indo bem, flui naturalmente e trás alegrias e realização, distinguimos pontos nos quais temos mais experiências, estamos mais evoluídos e por isso, discernimos melhor e fazemos melhores escolhas.

Fica nítido, então, que o processo evolutivo não se faz por patamares estanques e sim de uma forma meio desordenada, sendo mais fácil aprender do que praticar. No entanto, encontrar caminhos para por em funcionamento o que se sabe, é a condição desse saber mudar-nos interiormente e virar vida.

Raciocinando assim, dentro do que podemos, com os Princípios espíritas, estamos construindo a noção de que, realmente, tudo está certo em nossa vida, porque tudo que nos cerca e nos acontece é fruto de nós mesmos, por mais que pareça não ser assim.

Mas esse certo precisa ser entendido. É certo porque é coerente com nossas necessidades e corresponde ao que precisamos aprender, exercitar, aprimorar ou mudar, para conseguirmos viver de forma menos difícil.

A tendência a pensar que certo é o que consideramos ideal, melhor e a realização de sonhos, pode nos enganar em relação aos acontecimentos da vida, dando a impressão de que o que difere disso nos prejudica e infelicita; como se fosse um azar, uma coisa ruim.

Algo vai mal em sua vida? As relações estão se complicando? Equívocos, doenças, falhas, abusos, pessoas mal intencionadas, desentendimentos? Seja o que for, abra os olhos e a sensibilidade para perceber ao que está sendo chamado a aprender, modificar ou praticar.

Tudo está certo, porque está mantendo cada um no seu caminho evolutivo e abrindo oportunidades de melhoria da percepção, do discernimento e da maturidade, para aprendermos a viver com alegria e felicidade.

18 de maio de 2012
por Cristina Sarraf
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Mãe (desnecessária)

Texto que circula na internet, indicado como sendo da autoria de M. Neder
(Psicanalista, Pós-doutora e doutora em Psicologia Clínica pela PUC-S.Paulo)

A boa mãe é aquela que vai se tornando desnecessária com o passar do tempo.
Várias vezes ouvi de um amigo psicanalista essa frase e ela sempre me soou estranha.
Chegou a hora de reprimir de vez o impulso natural materno de querer colocar a cria embaixo da asa, protegida de todos os erros, tristezas e perigos. Uma batalha hercúlea, confesso.
Quando começo a esmorecer na luta para controlar a super-mãe que todas temos dentro de nós, lembro logo da frase, hoje absolutamente clara. Se eu fiz o meu trabalho direito, tenho que me tornar desnecessária.
Antes que alguma mãe apressada me acuse de desamor, explico o que significa isso.
Ser “desnecessária” é não deixar que o amor incondicional de mãe, que sempre existirá, provoque vício e dependência nos filhos, como uma droga, a ponto de eles não conseguirem ser autônomos, confiantes e independentes. Prontos para traçar seu rumo, fazer suas escolhas, superar suas frustrações e cometer os próprios erros também.
A cada fase da vida, vamos cortando e desfazendo o cordão umbilical.

A cada nova fase, uma nova perda é um novo ganho, para os dois lados, mãe e filho.
Porque o amor é um processo de libertação permanente e esse vínculo não pára de se transformar ao longo da vida.
Até o dia em que os filhos se tornam adultos, constituem a própria família e recomeçam o ciclo.
O que eles precisam é ter certeza de que estamos lá, firmes, na concordância ou na divergência, no sucesso ou no fracasso, com o peito aberto para o aconchego, o abraço apertado, o conforto nas horas difíceis.
Pai e mãe – solidários – criam filhos para serem livres. Esse é o maior desafio e a principal missão.
Ao aprendermos a ser “desnecessários”, nos transformamos em porto seguro para quando eles decidirem atracar.

18 de maio de 2012
por Constância
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Noções de defesa espiritual

Constância

… Ora, não creiais baste pronuncieis algumas palavras, para que os maus Espíritos se afastem…   LM – cap. XXI – dissertação XVI

Para quem desconhece ou não admite a influência dos Espíritos em nossa vida, essa ação passa despercebida, tenha as consequências que tiver. Tudo a pessoa reporta como sendo seu e o assunto se encerra por aí.

Para quem sabe que essas influências fazem parte da vida, tudo muda de figura e abre-se a necessidade de selecionar o que nos serve e de rejeitar o que não nos convêm.

À semelhança de Paulo que reconhecia fazer o que não queria e não apenas o que desejava, nós também nos vemos nessa situação e muitas vezes a revolta e a irritação ocupam o espaço da clareza mental e das posturas eficientes. Nada de nos culpar por isso, na medida em que a vida é um eterno aprender e desenvolver de capacitações, o que nem sempre se conquista com a rapidez desejada.

Brigar, xingar, orar e ficar na dependência de que outros nos livrem das influências ruins e perturbadoras, pode aliviar a situação momentaneamente, mas não a soluciona. E já sabemos que essa solução precisa vir de mudanças internas, advindas de posturas melhores que nos afastem do que não queremos.

Por sermos todos Espíritos, estejamos encarnados ou  desencarnados, pequenos pontos de semelhança, coisa difícil de não se ter com alguém, são suficientes para que haja algum nível de contato mental e já vamos recebendo os pensamentos, uns dos outros.  Sem compreender isso, acabamos nos judiando, por querermos ser menos acessíveis e nos distanciarmos dos mal intencionados e oportunistas.

O que realmente ajuda, afora esse empenho na auto-observação e na melhoria pessoal legítima, é saber que podemos nos utilizar até do que é ruim, para aprendermos e ganharmos maturidade emocional, o que vai colaborar no desenvolvimento da confiança e da segurança pessoais. Essa é a chave!

Quando existe a confiança de que temos amigos espirituais que nos inspiram e ajudam, criamos sintonia com eles, o que é diferente de só pedirmos socorro. Mas, em nosso estagio evolutivo, já podemos também confiar nos próprios  recursos de defesa espiritual. Porque muito já aprendemos e um tanto já discernimos, para desenvolver o hábito de nos mantermos centrados, examinando sempre o que entra em nossa cabeça e rejeitarmos, pela vontade firme, o que não queremos.

Mesmo que durante um tempo essa auto-confiança oscile, bem como a eficiência dela para impedir que más influencias se associem conosco, a persistência é necessária.

Claro que o pensamento é o nosso guia nessa trajetória, porque é com ele que nos sintonizamos ou dessintonizamos, seja com quem nos ampara ou com os que nos prejudicam. Mas não somos vítimas e sim aprendizes. Os que já querem uma autonomia no Bem, os indiferentes e os que aproveitam das fraquezas e ignorâncias alheias, todos somos, sim, aprendizes da Vida.

18 de abril de 2012
por Cristina Sarraf
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Espiritismo: um modo de viver

Modos de viver, quantos há? Infinitos, pode-se dizer, pois respeitando o arbítrio de cada um e sua exclusiva e peculiar evolução espiritual, admite-se que cada ser humano, encarnado e desencarnado, tenha o seu.

No entanto, seres sociais que somos, desenvolvemos costumes, regras, religiões, tradições, filosofias e ciências, que tem suas normas e leis e as adotamos coletivamente, em grupos que pensam assim ou de outra forma, muitas vezes oponentes, mas claro, cada um certo de que tem a verdade.

Incoerência? Orgulho? Ignorância? Egoísmo? Vaidade? Prepotência? Sim! Tudo isso e tantas outras das nossas características terráqueas.

Estaria o Espiritismo destinado a unificar todas essas vertentes do pensamento humano?

Seria isso possível ao Espiritismo ou a qualquer corpo filosófico ou científico?

E seria desejável que assim fosse, em vista da riqueza da diversidade conceitual e evolutiva humanas?

Pode ser que aos espíritas pareça que sim. Que as Leis da Vida que caracterizam o Espiritismo, sendo divulgadas e vivenciadas, resolveriam todos os problemas humanos e teríamos uma nova etapa social. No entanto, essas mesmas Leis, Princípios que o estruturam, sendo conhecidas de seus adeptos, fizeram-nos pessoas melhores, mais fraternas e mais justas?

Saber-nos imortais, reencarnantes, em evolução, com arbítrio e recebendo as consequências de nossa forma de pensar, sendo médiuns e também recebendo influências espirituais constantes e coerentes conosco, alem de atuarmos sobre a matéria densa e fluídica, todas essas informações renovadoras estão sendo utilizadas a ponto de termos nos reeducado mentalmente, ou ainda não?

Se sim, onde estivermos somos os arautos do Bem, da justeza dos entendimentos e do fortalecimento espiritual e moral de todos que conosco convivem. Se não, como pensar que pessoas criadas sob concepções de vida e conceitos filosóficos diferentes dos espíritas, possam querer abandoná-los para adotar o Espiritismo?

Enquanto a utopia e os sonhos mirabolantes, as objeções sistemáticas e o desprezo pelas idéias diferentes das nossas, forem uma fuga da realidade, uma forma de não nos vermos no espelho dos nossos pensamentos e atos, pouca contribuição estaremos levando à sociedade humana, apesar da grandeza conceitual do Espiritismo.

Na resposta da questão 917 de O Livro dos Espíritos, encontra-se o trecho: O Espiritismo bem compreendido, quando estiver identificado com os costumes e as crenças, transformará os hábitos, as usanças e as relações sociais. Dessa sábia frase há muito que ser examinado.

 Bem compreendido é algo bastante genérico, porque cada um tem sua condição específica de entender, basicamente porque as crenças, que geram nossos hábitos mentais, são elementos impeditivos e limitadores.

Identificado com os costumes e as crenças, transformará os hábitos é o cerne da questão, posto que são as crenças ou conceitos sobre as coisas, que determinam costumes, hábitos, usanças e relações. Um simples exemplo ilustra a amplitude dessa informação: se uma pessoa tem medo de que Deus a puna por seus equívocos, cultiva um pensamento oposto ao conceito de evolução espiritual e arbítrio para pensar e decidir, que caracterizam o Espiritismo. Um entendimento anula o outro, mas convivendo com os dois, como ocorre, vive-se em conflito e em constante auto-sabotagem.

Portanto, bom entendimento e reconhecimento das crenças equivocadas, dependem de amadurecimento pessoal e desejo de encontrar as causa das dificuldades que se vive. Ou seja, levará mais tempo do que se supõe, para que os Princípios do Espiritismo, e não ele como corpo doutrinário, ganhem foro de vivência social generalizada.

Muito mais que uma tola idéia de frustração, os raciocínios desenvolvidos até aqui identificam que os passos do progresso pessoal só tem sentido se forem em direção ao próprio indivíduo, descortinando, sem culpas e sem condenações, os modos de pensar que não combinam com as Leis universais aprendidas no Espiritismo. Vale dizer que nos confundimos mais, quando queremos aprender apenas ouvindo outros explanarem sobre essas Leis. Porque, na medida em que cada um tem suas características mentais, fruto do processo evolutivo que é pessoal, fica fácil “nos fazerem a cabeça”, sobretudo quando quem fala tem muitos títulos e renome. Não que isso seja ruim, mas a consciência de cada pessoa é somente sua e feita das suas experiências. Outros podem induzir, com sua peculiaridade, ao que não combina com nosso íntimo e nos envolver em conceituações equivocadas, religiosísticas, medrosas, parciais e tendenciosas.

Usando o bom senso, podemos analisar e sentir, sobretudo sentir, se a interpretação apresentada combina com nosso íntimo, deixando-o leve e descontraído. Porque se o peito “fechar”, se algum mal estar for sentido, se a idéia nos pesa e cansa, certamente não combina conosco e deve ser descartada. Haverá outra forma de pensar sobre a mesma lição espírita, pois alem de que ninguém é dono da verdade, o que é bom só faz bem! Se o Espiritismo veio para nos libertar e não escravizar, posturas de cobranças, obrigações e “tem quê” não fazem parte de um modo espírita de viver.

18 de abril de 2012
por Constância
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Já sei ou é melhor examinar?

Com 155 anos, o Espiritismo ainda permanece a ser mais estudado e até mesmo desvendado, se bem que não contenha nada oculto. Nossa compreensão é que não está apta a detalhes que vem sendo vistos, conforme ela se desenvolve. É interessante destacar, só para despertar a curiosidade de um exame mais acurado, que os Espíritos que promoveram o processo da codificação do Espiritismo, falaram em muitas nebulosas, num tempo que mal se conhecia a Via Láctea e também em campos de energia, quando a noção de campo,tão significativa para a Ciência de hoje, não existia. Por isso fala-se em cientistas da espiritualidade, trazendo ciência filosófica, através de médiuns, na medida em que, morto o corpo, o Espírito continua sendo exatamente quem era e, logicamente, buscando as mesmas atividades a que já estava afeito. Não vamos ficar tocando harpinha, nas nuvens… Aliás, ou são Pedro tem uma escola de música, ou como é que todos aprendem a tocar harpa e cantar em coro? Será por isso que morrem muitos artistas da área musical?

O modismo atual, benéfico para sociedade humana, de filmes, novelas, teatro, livros, desenhos animados, envolverem  fatos mediúnicos e reencarnação, não deveria se constituir num apelo à postura do “eu já sei, eu já conheço”, limitante ao necessário estudo do trabalho de Kardec, para aqueles que querem entender o Espiritismo e não apenas o movimento espírita.

Muita gente, mas muita gente, confunde uma coisa com a outra e ganha em decepção, por imaginar que ser espírita, como lhe dizem, é esquecer-se e viver para os outros, é achar que as dificuldades da vida são pagamento pelas coisas erradas que cometeu nas vidas passadas, que sem ir ao Centro espírita não pode viver bem, que ser médium é sofrer muito e ser obrigado a participar de reuniões mediúnicas, porque isso é caridade, sem o que adquire-se todo tipo de perturbação e obsessões, que Deus cobra os erros e nos pune por eles, etc, etc, etc.  Caso o Espiritismo ensinasse essas coisas ilógicas, antigas e provocadoras de medos e hipocrisias, de nada serviria, porque antes dele já havia esse tipo de “castração psicológica” religiosa.

Por mais que seja difícil enxergar e desfazer-se dos modos equivocados de pensar, aprendidos nas religiões, famílias e livros, para trocá-los pelos verdadeiramente espíritas, aprendidos pelo estudo pessoal das obras de Kardec, pode-se ao menos perceber que certos pensamentos estão nos impedindo o bem estar íntimo. Isso porque obrigam-nos a sermos inseguros e dependentes do socorro que vivemos pedimos a Deus e à espiritualidade, cobram-nos posturas diferentes do que a nossa naturalidade pede e nos fazem pessoas amargas, doentes e ranzinzas. E por que ficar com eles? Por que viver assim? Mesmo que a pessoa pense que isso é o Espiritismo, porque aceita? Por que se submete?

Ouviu que tal coisa é espírita, examine, observe, use seu bom senso, compare com os ensinos dos livros de Kardec. Eles estão aí, ao acesso de quem os queira ler.

Saia da dependência, porque ela não faz bem a ninguém. Aplique sua inteligência a seu favor, e verá o quanto pode fazer por si e por quem está ao seu redor. O Espiritismo “agradece”!

18 de abril de 2012
por Cristina Sarraf
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Cinco arrependimentos daqueles que estão para morrer

 Bronnie Ware é uma enfermeira que passou muitos anos trabalhando com cuidados paliativos, cuidando de pacientes em seus últimos três meses de vida.  Ela conta que eles ganharam uma clareza de pensamento incrível no fim de suas vidas

e que podemos aprender muito desta sabedoria.  “Quando questionados sobre desejos e arrependimentos, alguns temas comuns surgiram”, disse Bronnie ao jornal britânico “The Guardian”.
Veja a lista e os comentários da enfermeira e examine-os:

 1. Eu gostaria de ter tido a coragem de viver a vida que eu quisesse, não a vida que os outros esperavam que eu vivesse…
(quantos sonhos não foram realizados por essa atitude!)

2. Eu gostaria de não ter trabalhado tanto…
(sentiam falta de ter vivido mais a juventude dos filhos e a companhia de seus parceiros.)

3. Eu queria ter tido a coragem de expressar meus sentimentos…
(muitas pessoas suprimiram seus sentimentos para ficar em paz com os outros; se acomodaram em uma existência medíocre e nunca se tornaram quem eles realmente eram capazes de ser.)

4. Eu gostaria de ter ficado em contato com os meus amigos…
(não percebiam as vantagens de ter velhos amigos até chegarem em suas últimas semanas de vida)

5. Eu gostaria de ter me permitido ser mais feliz
(muitos só percebem  isso no fim da vida –  que a felicidade é uma escolha. As pessoas ficam presas em antigos hábitos e padrões… O medo da mudança fez com que eles fingissem para os outros e para si mesmos que estavam contentes…)

18 de março de 2012
por Cristina Sarraf
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Pensamento funcional X escravidão mental

Ler Kardec – LE – 369, 370, 370-a, 634 e 835:

Todos os órgãos e funções que existem em nosso corpo, são frutos do processo evolutivo do Espírito, nos milênios.

A progressão ou evolução espiritual, desde o nosso início, acontece numa via de mão dupla: as potencialidades em germe “empurram” para as experiências externas, criando as formas corporais, e estas, por sua vez, estimulam as potencialidades, que se abrem e ampliam.

Assim, passamos pelos reinos mineral, vegetal e animal, desenvolvendo, em nós mesmos, capacitações “transcritas” nas formas e organização físicas. Ou seja: o que há no corpo, há necessariamente no Espírito, que é a causa dele existir. O corpo é a materialização da evolução espiritual.

O Espírito não tem formas, mas tem as condições evolucionais galgadas, que formam as formas e as funções corporais; isso em todos os níveis evolutivos.

Pensando desse jeito, como espíritas, reconhecemos o Espírito individualizado, que é o ser inteligente da Criação, como a causa de tudo que acontece a si mesmo, e como o agente de sua própria evolução. Sem desconsiderar, é claro, a interinfluência que todos exercem sobre todos, sejamos encarnados ou desencarnados.

Mente e cérebro: Nessa linha de raciocínio, se o corpo tem cérebro, que é um órgão complexo, composto e de funcionamento tão amplo, que ainda nem é totalmente conhecido pela Ciência, é porque o Espírito já tem essa condição desenvolvida em si mesmo.

Se há cérebro no corpo, há capacidade evolutiva para tanto, no Espírito. E chamamos a essa capacitação, de mente.

Mente, então, é a denominação de um conjunto de funções espirituais interligadas: registrar sensações, executar ações já mecanizadas, como a circulação ou a digestão; pensar, raciocinar, aprender, memorizar e condicionar-se.

Essa espetacular capacidade mental foi sendo formada por cada um, em si mesmo. Ou seja, temos mente, mas não somos a mente!

Tendo-a, quando vamos reencarnar formamos o cérebro no corpo físico, para que as funções mentais se manifestem na vida de encarnado.

Cada um tem a mente de um jeito só seu, por sermos individualidades, com história particular. Semelhante ao fato de termos estômago no corpo, mas ele funciona, em cada um, de uma forma mais ou menos eficiente, dependendo de quem fomos e somos.

O poder de condicionar: A função mental que mais nos confunde é a capacidade de condicionar-se, ou seja, habituar-se e funcionar “no automático”.

Possivelmente, essa seja das primeiras funções da mente, porque dá aos Espíritos a condição de gerir experiências materiais e vidas físicas, com formas fixas e características específicas.

Uma célula, por exemplo, é um ser completo: se alimenta, elimina resíduos, respira, guarda reservas nutricionais, tem circulação e se multiplica. Tudo isso funciona porque existe ali um Espírito, mas ele não comanda essas funções. Está tudo “automatizado”, condicionado, mostrando que já houve uma gigantesca evolução, desde que ele se individualizou do Elemento Espiritual Primitivo, criado por Deus; época em que era totalmente simples e ignorante; pode-se dizer, “zerado”.

Estudando a evolução dos corpos através das espécies e as funções cerebrais, os cientistas materialistas pensam que a matéria age por si… Mas nós espíritas sabemos que ela é sempre só instrumento.

Ao lado da sensibilidade, que é a característica essencial dos Espíritos, demonstrada desde as plantas, as funções mentais de captação de sensações e o condicionamento, parecem ser nossas características mais primitivas. Daí a se chegar ao complexo organismo humano, formado de trilhões de células, organizadas em órgãos complementares entre si, foi um longo tempo de existir, encarnando, desencarnando e evoluindo sempre. Ou seja, desenvolvendo potencialidades, gerando condições de ter formas cada vez mais complexas, utilizando-as e aprimorando funções. E também, fixando e gravando tudo isso em si mesmo, o que constitui o grau evolutivo, que se manifesta nos corpos que vamos podendo ter.

Desprezar o corpo e não prestar atenção “ao que nos diz”, seus sinais, dores, bem estar, sensações, situação de funcionamento, fluidez, emperramento, necessidades…é  nos desprezar, demonstrando uma enorme irresponsabilidade, mesmo que inconsciente. Porque ele revela as verdades que costumam ser ocultadas pelos hábitos mentais.

Condicionar facilita e economiza energias: A especificidade do condicionamento, para nós humanos, não se mostra apenas no funcionamento orgânico. Nossa evolução desenvolveu outras capacitações, como a de pensar, organizar idéias, aprender teoricamente, fazer raciocínios abstratos, imaginar, criar objetos e arte… Com isso, conseguimos mecanizar aprendizados muito importantes e práticos, como por exemplo o alfabeto e a leitura, as operações matemáticas básicas da tabuada, fazer

 

alimentos e remédios, tocar instrumentos, dirigir automóveis, digitar textos… sem os quais, nossa vida atual não poderia ser como é.

O que está assim mecanizado também economiza energias, porque gasta poucos recursos para acontecer, ao contrário do que ocorre se fossemos pensar e decidir.

Escravos da mente: Por outro lado, a facilidade que nos traz a automatização nascida desses condicionamentos mentais, cria hábitos de pensar, agir e reagir, a ponto de perdermos o domínio sobre nosso sentir, sobre o pensar e sobre a nossa conduta; tudo levado de roldão, tornando-nos “escravos da mente”.

Como pode ser isso, se a mente é minha? Muito simples: o condicionamento se faz no que está memorizado e repetido, repetido, repetido… Seja o que for, bom ou mau, útil ou prejudicial. Pode-se dizer que a mente “aprende” por repetição e se automatiza, se condiciona, pela insistência desse repetir.

Se não pararmos para pensar  – e note-se que dizemos PARAR-  sobre o que fazer, como e porque, vamos agindo “no automático”, como já foi programado anteriormente. É semelhante às programações de computador…

Elegemos uma forma de entender algo, como a melhor, pelas mais variadas razões, e a temos como verdade absoluta; por isso, não recebe mais análise. E vamos sempre  pensando igual, o que determina um certo modo de agir e tudo é sempre repetido, tornando-se uma programação mental.

Só eu sei resolver as questões familiares!  Essa é uma idéia tomada como exemplo, mas poderia ser qualquer outra, infinitamente. Sustentada no orgulho e na pretenciosidade, ela é posta em funcionamento, a pessoa vai se condicionando e aos familiares, e fica “programada” ou seja, escrava da própria mente. Assim, não observa os pesos desnecessários que carrega, as dores lombares decorrentes, os transtornos em que vive e até o autoabandono, em função de resolver a vida daqueles que, por sinal, estão plenamente capacitados para cuidarem de si mesmos, mas também condicionados à acomodação, devido a quem tudo faz no lugar deles.

De maneira que os nossos dias, atividades e formas de lidar conosco mesmos, podem estar “robotizados” e destituídos de escolhas conscientes. Portanto, rotineiros, sem graça, sem gosto, chochos, nublados e cansativos.

Perceber quando pensa: Pensar implica usar o que já sabemos, elaborando algo. Ocupa tempo e atenção. Lembrar não é pensar, é acessar a memória. Agir condicionadamente “passa por cima” do pensar, porque a programação já está pronta e basta algo acioná-la para funcionar, supervenientemente á razão. Tanto que se diz: quando vi, já tinha feito…  quando percebi, já tinha dito… Mas, como essa é uma função mental, dá-nos a falsa impressão de que estamos pensando, ou seja, elaborando idéias e fazendo escolhas.

Nota importante: É preciso destacar que sensações,

percepções, sensibilidade e sentimentos não são parte do “departamento” mente. Podem e costumam ser afetados e distorcidos pelos condicionamentos mentais, mas não são comandados por ela. É comum sentirmos algo e negarmos isso, porque “a cabeça fala” outra coisa, até oposta. O que prova a independência dessas funções e mostra que os condicionamentos estão funcionando aparte ao que sentimos, sem percebermos isso.

Podemos dizer: sinto, logo existo!  Esse sentir que caracteriza o Espírito, sob a forma de percepções, sensações, sensibilidade e sentimentos, não pode ser afetado por influências astrais. Mas a mente sim, ela é constantemente influenciada por pensamentos de encarnados e desencarnados, porque nós Espíritos nos conectamos pelas afinidades, e esse contato se faz mentalmente, incluindo a mediunidade.

Pensamento funcional: O pensamento funcional

pode reeducar a mente. Ele acontece quando pensamos no que estamos fazendo, acompanhando, seu transcorrer,

observando detalhes, aprimorando idéias, noções e práticas.

Vou ler, por exemplo. O pensamento funcional está em ir raciocinando e analisando o que está escrito. Mas se começo a lembrar e remoer, sem escolher isso e de forma dominadora, o que alguém me disse, ou como é que fui esquecer aquele compromisso, ou devo estar doente, ou… posso me considerar escravo/a da mente. Da minha própria mente condicionada e mal usada, devido a minha ignorância sobre como ela funciona.

“Pensar”, melhor dizendo, deixar-se ficar lembrando de coisas desnecessárias no momento, perseguindo-se com ordens e censuras, em qualquer hora, sem motivo específico e até atrapalhando as atividades e a saúde, é estar escravo da mente. É aceitar que condicionamentos, criados por algum motivo, mandem e determinem nossa vida, que nesse caso, é um verdadeiro inferno!

Coisa de Espíritos da terceira ordem…

Trazer para o consciente: Apesar disso, todos estamos capacitados para usar bem a mente, pondo-a a nosso favor, “ajudando-nos” a viver melhor e com mais discernimento das coisas. Afinal, é para isso que ela foi constituída… Nesse caso, é preciso observar se estamos agindo mecanicamente ou estamos, conscientemente, elaborando o que queremos, a partir do que sentimos.

Tanto que em alguns aspectos da vida não há condicionamento e podemos distinguir isso, porque em relação a eles sempre paramos para perceber nosso íntimo e pensar como queremos agir. Também, quando nos cansamos verdadeiramente de algo que nos prejudica, somos capazes de dar um basta definitivo, retomar o próprio comando e mudar a conduta.

Mas será preciso sempre chegarmos a esse ponto, após muita dor e desgosto? Ou podemos observar, agora, alguma forma de ser que sempre dá errado, examinar os condicionamentos de idéias que a determinam, e começar o processo de reversão disso, usando o pensamento funcional?

18 de novembro de 2011
por Cristina Sarraf
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Pontos de vista: um exercício de pensar!

“As coisas são mais belas quando vistas de cima.” Santos Dumont

Essa frase parece perfeita às experiências que levaram o Homem a voar, embora num aparelho. Mas se a examinarmos sem o nome do autor, podemos formular outros pensamentos a seu respeito. E como a maior liberdade humana está no livre pensar, exercê-la é um grande prazer!

Assim, pensei que ela é tentadoramente boa, mas expressa uma verdade parcial e ocasional.

De cima vemos o conjunto e não os detalhes. Quem já esteve num avião e pode ir acompanhando as paisagens que se sucedem, sabe disso. Quanto mais de cima, proporcionalmente vemos numa amplidão maior e perdemos ainda mais os detalhes… E as belezas vão se tornando novas e inesperadas, como fotos que satélites e o super telescópio Hubble tiram de regiões da Terra.

Kardec se refere ao homem sobre a montanha que antevê, pela posição em que está, a abordagem que o salteador fará ao viajante que não pode vê-lo, por estarem ambos na mesma estrada no sopé, um vindo pela dirhttps://jornaldoneie.com.br/wp-admin/post-new.phpeita e outro pela esquerda. E usa essa figura para ilustrar a condição de Espíritos mais adiantados conhecerem o futuro, porque estão vendo o desenrolar dos fatos presentes. Estar de cima, nesse caso é ter uma visão de conjunto dos comportamentos, e conhecer pelas experiências já vividas, as decorrências naturais deles.

Do ponto de vista pessoal, para sairmos do mau hábito da crítica e condenação, própria ou de outros, olhar o conjunto das características “de cima”, poderá diluir os aspectos negativos e mostrar valores e qualidades que não podem ser desprezados. Enquanto que a fixação mental no ponto negativado, fecha as condições de uma análise justa. É como uma fotografia de perto: só se vê o enquadramento.

Ante problemas e dificuldades, olhar de cima facilita uma certa impessoalidade, necessária para uma visão mais ampla e clara da situação, o que encaminha a um posicionamento melhor.

Também lembrei do professor, no filme Sociedade dos Poetas Mortos, mandar os alunos subirem nas carteiras, para ter uma visão nova, de cima, simbolizando a postura mental de sair do medo, do abaixo e postar-se corajosamente em sua próprias características… Coisa que todos precisamos fazer conosco mesmos, se pretendemos a auto realização e a felicidade.

Apesar dessas confirmações à frase de nosso ilustre conterrâneo, intitulado o pai da aviação, caso o objetivo do observador esteja no micro, nos detalhes e partes, a visão deve ser de perto, o mais possível! Ou de dentro, como nas maravilhosas e inusitadas fotos do interior de artérias, de órgãos… Neste caso, a frase não serve; fica ilógica.

Uma cerejeira olhada, vista, fotografada de cima é pujante; de perto, a delicadeza das flores e a multi nuance das cores, se mostra em toda sua magnificência e esplendor, apenas vistos por quem vê de bem próximo.

E por mais que Santos Dumont não pudesse saber, porque a busca da vida e das “cenas”  microscópicas  só veio depois, uma foto nanométrica traz belezas extraordinárias e tão surpreendentes quanto as “de cima”. Um fio de cabelo fotografado por essa atualíssima técnica, se afigura semelhante a um tronco de árvore…hemácias parecem rosquinhas…

Há pinturas na cabeça de alfinetes, só observáveis com lupa. Há os microrganismos, salvadores ou destruidores de nossa vida fisiológica, do solo, de plantas, cujo conhecimento advêm das condições atuais de observação e análise com tecnologia microscópica. Quando as parturientes morriam pela invisível contaminação microbiana e quando, pela mesma razão, Oswaldo Cruz estabeleceu providências para estancar a peste bubônica, o que esteve em jogo, acreditassem ou não as pessoas da época, era a vida e a ação dos seres microscópicos, jamais vistos pelo olhar “de cima”.

Um artista pintor, use a técnica que for e o estilo que quiser, tem por característica saber ver detalhes e insignificâncias, que são a razão de sua qualidade e das belezas que cria. Um olhar de cima só veria o todo…

Na vida de cada um, das famílias e grupos humanos, há detalhes que não podem ser ignorados, fingindo que não existem, porque funcionam como bombas relógio, detonando a saúde, os relacionamentos, a mente e a paz. Precisam ser examinados, estudados minuciosamente e trabalhados em seus múltiplos pequenos aspectos, para se obter uma solução razoável. Olhar de cima, nesses casos, é o mesmo que “empurrar com a barriga” ou viver apagando incêndio…

E lembrei do conhece-te, ou seja, observa, enxerga aqueles aparentemente mínimos detalhes comportamentais e valorize-se como fruto do pensamento de Deus, que todos somos; e sobretudo, que vejamos e examinemos o que é possível fazer para minimizar, pelo menos, algum condicionamento mental, ideia ou conceito que infelicita a vida…  Coisa que todos precisamos fazer conosco mesmos, se pretendemos a auto realização e a felicidade!

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 Se o exercício de pensar feito no texto acima foi do seu agrado, a sugestão é que faça algo semelhante com a seguinte frase: “Um realizador futuro acontecerá somente após o entendimento e a superação de situações consideradas negativas. Ninguém caminha adiante, enquanto não deixar para trás os fracassos e sofrimentos passados.”  autor desconhecido.

18 de novembro de 2011
por Eduardo Baptista
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Reflexões sobre o Dia dos Mortos, como denominou Kardec, o nosso dia dos Finados

Nem todos os corpos dos desencarnados, ou o que restou dos mesmos, estão em cemitérios. Há os que foram cremados e tiveram suas cinzas espalhadas, os que desapareceram em acidentes e diversas outras situações.  Ainda em relação aos que foram enterrados, não poucos desses restos mortais praticamente não existem mais, consumidos pelo tempo, através das Leis de Destruição e Conservação, onde tudo se transforma e tudo é reciclado para o prosseguimento do mundo material.

Mas, espiritualistas que somos e, mais do que isso, espíritas, sabemos que esses entes queridos, em parte, estão novamente reencarnados e em maior número, pela contemporaneidade conosco, estão ainda em erraticidade, aguardando seu próximo retorno a uma vida material.

Assim, se para alguns de nós existe a possibilidade material da visita ao local onde os corpos desses entes foram colocados, o fato dessa visita acontecer ou não, nessa data ou em outra, não deve ser maior do que algo que, para esses Espíritos, tem um valor bastante precioso: a prece em seu benefício. Eles as desejam, porque através delas conseguem amenizar suas dores e sofrimentos e, ainda, recebem uma valiosa ajuda energética e também do Plano Superior, para sua trajetória de evolução e crescimento.

Nada acontece por acaso, e se a promoção dessa ajuda é muitas vezes sabiamente deixada em nossas mãos, é para termos a oportunidade de exercer o amor ao próximo, a fraternidade tantas vezes explicitada pelo Cristo…

No entanto, muitos esquecem, no decorrer do ano, de enviar bons e amorosos pensamentos aos parentes desencarnados.  A data comemorativa, facilita a lembrança…

Assim, é comum que Espíritos se dirijam, mais uma vez, aos cemitérios onde foram depositados seus ex-corpos, em busca do tão valioso contato, mesmo que em forma de prece, que nada mais lhes significa do que a manifestação do amor dos que aqui ficaram.

Na Revista Espírita de dezembro de 1860, Kardec faz algumas perguntas específicas sobre esse tema ao Espírito que assina como Charles Nodier:

– Hoje os Espíritos são mais numerosos nos cemitérios que normalmente?

– Resp. – Nesta época ficamos mais à vontade junto aos nossos despojos terrenos, porque os vossos pensamentos, as vossas preces ali estão conosco.

A resposta mostra que muitos dão valor às preces e também, como de certa forma, resignam-se com a lembrança ocorrer só nessa época e nesses locais…  Reflexão para nós espíritas, sabedores de que a prece, que é uma canalização de pensamentos favorecedores, os atinge em qualquer lugar, a partir de qualquer lugar e em qualquer hora.

Mas muitos nem nesse dia lembram de seus ex-companheiros de encarnação terrestre, estando ou não os despojos num cemitério… Não são lembrados nem com visitas, nem à distância, mesmo que seus parentes e amigos saibam que poderiam beneficiá-los com os pensamentos emitidos; os quais, se forem na forma de prece, podem ser muito importantes para eles.

Na sequencia, Kardec pergunta e o, o Espírito mostra que, mesmo assim, não ficam desamparados:

– Os Espíritos que, nesses dias, vêm aos seus túmulos, junto aos quais ninguém ora, sofrem por se verem desamparados, enquanto outros têm parentes e amigos que lhes trazem uma prova de lembrança?

– Resp. – Não há pessoas piedosas que oram por todos os mortos em geral? Pois bem! Essas preces alcançam o Espírito esquecido e são, para ele, o maná celeste, que tanto caía para o preguiçoso como para o homem ativo. A prece é para o conhecido, como para o desconhecido. Deus a reparte igualmente, e os Espíritos bons que delas não mais necessitam, as devolvem àqueles a quem podem ser necessárias.

A visita ao local onde foi colocado o corpo que tiveram na última encarnação, é para muitos,  agradável, mas não esqueçamos de que não é a única nem a mais importante forma de exteriorização dos nossos sentimentos.

Estando esses Espíritos, frequentemente mais próximos do que imaginamos, bons pensamentos, lembranças de momentos alegres ou até a prece sincera, feita com amor e vinda do íntimo, são demonstrativos dos sentimentos que permanecem e da vontade de que estejam bem; uma espécie de diálogo feito por quem não é médium, envolvendo-os como que num abraço e ofertando o que temos de melhor… porque podem estar precisando de algo…

 


23 de novembro: data de nascimento de Amelie Boudet e de Abraão Sarraf

18 de outubro de 2011
por Cristina Sarraf
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A vontade de Deus

Quando as tendências apontavam que o terceiro milênio se caracterizaria pela velocidade da comunicação global e que o poder estaria baseado na posse do conhecimento informativo, não pensávamos que isso representaria uma verdade também para as questões pessoais, como tem se mostrado.

Causa espanto a quantidade de reestudos, reavaliações de informações e reciclagens de pensamentos, em relação aos vários ramos do conhecimento e da conduta humana, promovidos por quase todos os segmentos da sociedade. Basta olhar as bancas de jornais, as livrarias, os sites, a TV, isso para citar apenas o que está popularizado. De tal maneira que, sem entrar no mérito do foco e dos caminhos dessa grande mexida conceitual e comportamental, é significativo o número de pessoas que estão tendo oportunidades de rever seus conhecimentos, sua filosofia de vida e os valores que abraça.

Rever e reavaliar não são sinônimos de mudança. Pode-se rever e reafirmar. Mas a reciclagem só vem quando essa revisão mostra ser necessário alterar algo do que já está estabelecido dentro de nós.

No atual panorama, o Espiritismo é uma fonte inesgotável de “portas” que podem ser abertas para o nosso discernimento, quando pomos atenção verdadeira no que os Espíritos da Codificação disseram a Kardec. Lendo sem interpretar, mantendo a postura de entender o que foi dito, podemos tirar daí a descoberta do funcionamento das Leis da Vida dos Espíritos, que foram reveladas da melhor maneira possível à humanidade, mas compreendidas pelos espíritas do modo que foi possível.

Hoje, reestudadas com cuidado, essas Leis podem nortear uma revisão do entendimento das nuances que possuem, muitas das quais tendo-nos como protagonistas.

Um aparente detalhe, inserido pelos humanos na Lei da existência de Deus, é a idéia de que ele exerce sua vontade determinando coisas, situações, perdoando, ajudando, punindo, enfim, interferindo na vida dos Espíritos, encarnados ou desencarnados. Essa forma de pensar precisa ser revista, reexaminada e certamente reciclada. Claro que é uma opinião de quem escreve este artigo e dos que pensam igual.

Por que é um aparente detalhe?  Porque crer nessa ação divina determina toda uma maneira de pensar e viver, cria todo um estilo de vida, que perdem completamente o sentido, assim que esse pensamento muda. Examine isso!

A base espírita para a revisão e a reciclagem desse conceito equivocado, está na Lei do livre arbítrio.

Ou ela existe ou não existe. Não há como ter meio livre arbítrio! O fato dela ser desenvolvida na conformidade do nosso progresso, em nada invalida que agora a temos por inteiro, na medida da nossa evolução espiritual. Porque o inteiro para cada um, está na proporção do que pode ser.

É preciso reciclar também, a idéia de que só os Espíritos superiores desfrutam amplamente das Leis Universais. Não! Todos nós, seja quem formos, as temos inteiras, numa inteireza relativa ao nosso nível evolutivo. Evoluindo, provocamos a ampliação do funcionamento dessas Leis dentro de nós; bem como estendemos nosso entendimento sobre elas. Mas sempre, sempre, estão completas, embora no “tamanho” de cada um.

Se não sabemos como é ser um Espírito evoluído, que falta podemos sentir do grau do livre arbítrio de que ele desfruta?

Ou seja, quem pensa que Deus determina situações em sua vida ou quem pensa que sua capacidade de escolher e decidir está tolhida pelo grau evolutivo, cria uma realidade que na verdade não existe, mas passa a existir para si; isso porque ao pensar de uma maneira, determinamos um estilo energético/fluídico, em nós mesmos, que acarreta consequências do mesmo teor e característica. E na medida que o pensamento muda, também os resultados e consequências mudam.

A realidade de cada um é fruto do que constrói dentro de si: o pensamento atua sobre o perispírito e os  fluidos, caracterizando-os no mesmo teor.

É uma forma antiquada e equivocada, pensar que as situações estão prontas e nós temos que entrar nelas, para viver no mundo. Quem pensa que é assim, vive assim. Quem pensa de outra maneira, vive de outra maneira. Examine também isso!

Somos os construtores diários do nosso presente e do nosso futuro. Deus nada tem a ver com isso. Ele dotou todos os Espíritos de Leis que vão funcionando na medida do próprio progresso.

É por nossa conta que as coisas se fazem, mesmo que não saibamos disso. Nem Deus e nem ninguém determina nossa vida, a não ser quando damos esse poder a alguém, porque sempre há aquele que deseja dominar, determinar e direcionar a vida dos outros, sentindo-se importante e superior.

Mas Deus… não adianta querer dar-lhe a responsabilidade sobre a condução e as circunstancias da nossa vida. Ele não pega esse compromisso, pelo simples fato de que não vai derrogar suas próprias Leis.

Examinando e confirmando tais informações – pois nada deve ser aceito só por causa de uma boa indicação- podemos nos ajudar bastante: estudar, examinar e reciclar, repetindo o processo quanto for preciso.

A direção da sua vida depende da sua vontade. Esse poder é seu e não deve ser dado a ninguém!