18 de outubro de 2011
por Teresinha Olivier
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“Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”

Fomos condicionados a pensar, por muitas e muitas encarnações, que existem criaturas que nos induzem a agir de maneira errada, que somos vítimas de seres mal intencionados que nos empurram para o erro a fim de nos perdermos nas malhas do “pecado” e não merecermos o céu dos eleitos.

Fomos educados a pensar que as “tentações” vêm de fora, que estão sempre à espreita, preparando armadilhas para nos envolver, e na prece, pedimos que Deus nos livre desses perigos.

Mas a Doutrina Espírita mostra que as coisas não funcionam dessa maneira, e sim que somos “tentados” naquilo que cultivamos em nós mesmos, na forma de pensamentos e sentimentos. E é justamente isso que nos coloca em situações nas quais podemos cometer deslizes.

Quando nos deixamos levar pelas tendências negativas, permitindo que transbordem através de pensamentos e sentimentos inferiores, mesmo que não se exteriorizem em palavras e atos, irradiamos um campo energético equivalente, cujas vibrações sintonizam com outras do mesmo teor, de encarnados ou desencarnados, pela lei da afinidade. Sendo esses seres de tendência igualmente negativa, suas energias deletérias “reforçam” as nossas.

Portanto, a “tentação”, na realidade, não é exterior a nós. A causa está em nosso íntimo, sendo que apenas acionamos o processo ou damos condições para que se apresentem situações, nas quais ficamos suscetíveis de agir dessa ou daquela forma.

Porém, não esqueçamos que nosso arbítrio nunca será anulado e, seja qual for o desafio do momento, temos o poder de decisão e de escolha.

Quando pedimos, na prece, que Deus não nos deixe

cair em tentação, na verdade busca-se forças para vencer as más inclinações e resistir ao mal que ainda alimentamos.

Deus nos deu a livre-escolha justamente para desenvolvermos, em nós e por nós, o discernimento do que é correto e do que não é.

Como somos os artífices do nosso destino, quando provocamos as “tentações” atraímos o que não é bom para nossas vidas, como consequência natural das escolhas equivocadas.

Mas podemos criar, em torno dos nossos passos, vibrações positivas a partir de pensamentos e sentimentos elevados, com vontade sincera e enérgica de nos modificarmos para melhor, de vencer no íntimo, aquilo que nos torna vulneráveis, atraindo o auxílio de Espíritos que desejam nosso progresso espiritual e nos impulsionam para esse objetivo.

Da mesma forma que Espíritos inferiores são atraídos pelos nossos pensamentos e sentimentos negativos e nos induzem ao mal que alimentamos no íntimo, Espíritos benfazejos e amigos, aguardam os momentos em que nos dispomos a pensamentos e sentimentos edificantes, para nos fortalecerem, usando do mesmo processo, só que com vistas ao bem maior.

Temos recursos interiores, tanto para os descaminhos como para as realizações maiores. Irmos para uma ou outra direção depende apenas de ficarmos atentos aos mecanismos dos nossos pensamentos e sentimentos.

Somente estaremos imunes às influências negativas quando encaminharmos nosso mundo íntimo para as realizações da alma imortal, tendo em vista, de forma consciente, o objetivo para o qual fomos criados: a evolução espiritual.

18 de outubro de 2011
por Cristina Sarraf
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Vencerás

Emmanuel/Francisco Cândido Xavier – “Coragem”

“Não desanimes.

Persiste mais um tanto.

Não cultives pessimismo.

Centraliza-te no bem a fazer.

Esquece as sugestões do medo destrutivo.

Segue adiante, mesmovarando a sombra dos próprios erros.

Avança ainda que seja por entre lágrimas.

Trabalha constantemente.

Edifica sempre.

Não consintas que o gelo do desencanto te entorpeça o coração.

Não te impressiones nas dificuldades.

Convence-te de que a vitória espiritual é construção para o dia a dia.

Não desistas da paciência.

Não creias em realizações sem esforço.

Silêncio para a injúria.

Olvido para o mal.

Perdão às ofensas.

Recorda que os agressores são doentes.

Não permitas que os irmãos desequilibrados te destruam o trabalho

ou te apaguem a esperança.

Não menosprezes o dever que a consciência te impõe.

Se te enganaste em algum trecho do caminho,

reajusta a própria visão e procura o rumo certo.

Não contes vantagens

nem fracassos.

Estuda buscando aprender.

Não te voltes contra ninguém.

Não dramatizes provações ou problemas.

Conserva o hábito da oração para que te faça

luz na vida íntima.

Resguarda-te em Deus, e persevera no trabalho

que Deus te confiou.

Ama sempre, fazendo pelos outros o melhor que possas realizar.

Age auxiliando.

 Serve sem apego.

E assim,

vencerás!”

18 de setembro de 2011
por Cristina Sarraf
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Orientar por processo ou por resultado

Quando se pensa na individualidade exclusiva de cada um, sob o ponto de vista educacional, fica óbvio que a utilização de um método de ensino para todos, dificulta o aprendizado dos que não podem se adaptar a ele. Seria ideal que o exame das características de cada pessoa, fornecidos pela psicologia, determinassem a forma metodológico-didática que seria empregada. Duas ciências dando-se as mãos e investindo seus conhecimentos no processo escolar. Bom se fosse uma psicologia e uma educação espíritas ou pelos menos espiritualista e não religiosa ou materialista!

Um dos aspectos que mais se destacam quando há interesse na individualidade do educando, seja criança, adolescente ou adulto, é o da orientação para a prática, seja do que for. É que muitas vezes, professores e pais ou parentes subentendem que basta dizer faça isso ou aquilo e será feito. Caso realmente ocorra a realização da tarefa, há contentamento. Caso não ocorra, há caras feias, críticas condenatórias, cobranças e julgamento depreciativo.

E como o óbvio não é tão óbvio quanto se imagina, essa é a hora de, antes de qualquer coisa, perguntar se a pessoa criança ou a pessoa jovem ou a pessoa adulto sabem como fazer a tarefa ou a incumbência de que foram investidos. Sim, porque essa é a base de tudo.

Há quem seja criativo e modesto o suficiente para buscar ajuda ou descobrir como se faz para comprar bananas ou para pesquisar sobre a sociedade medieval. Há quem fique tolhido diante da dificuldade e entre em sofrimento mental e emocional. Há quem se revolte porque não sabe fazer e não faça. Há quem seja medroso e quem seja acomodado; há os espertos; os que só copiam; os que se interessam em aprender e os que nada querem; os que perguntam e os que se calam; os dramáticos e os manipuladores…

Nivelar todos por um critério único é realmente perder a mão, como se diz, e jogar fora a riquíssima oportunidade de contribuir com o crescimento intelectual, pessoal e vivencial de Espíritos encarnados e dos desencarnados que os acompanham.

A verdadeira vocação educacional nasce de sentimentos profundos de humanidade e respeito ao próximo. E quando ela existe, transborda os sistemas, as metodologias e os preconceitos, indo diretamente da alma do educador para a do educando , tocando-a amorosa e firmemente, e despertando-a para a grandeza de si mesma.
Famosos ou ilustres desconhecidos, esses pais, mestres e educadores obtiveram boas respostas ao seu devotamento e puderam ver o aprimoramento pessoal dos seus aprendizes. São os pestalozzis, as anies sulivans, os janus korcsaks …

Quando se está no caminho da construção da vocação educacional ou quando se está na profissão educacional ou na contingência de pais ou responsáveis por crianças, adolescentes, pessoas doentes ou idosas, estamos aprendendo tanto ou mais que aqueles que ensinamos. Nesse caso, conhecer os métodos educacionais e recursos didáticos é muito importante, embora seja necessário saber utilizá-los para a obtenção de resultados mais satisfatórios, o que só faz quem já tem um tanto de experiência e saiba observar. Os novatos no ramo, da idade que forem, ou os que não gostam do que fazem ou são acomodados, estes se fixam nos métodos e normas, não só como único recurso, mas como taboa de salvação.

Seja qual for a qualidade do educador, há um importante critério a ser observado e que ajuda sobremodo: é a orientação por processo ou por resultado.

Orientar por processo é descrever e ensinar todos os passos para se chegar a um certo objetivo e o educando deverá segui-los sem alteração. Ação por ação, etapa por etapa para fazer contas de multiplicação; para chegar a um certo local; para tomar banho; para fazer uma redação ou estudar um assunto ou arrumar gavetas… Nesse caso, a pessoa aprenderá esses passos e obterá o resultado esperado com maior ou menor facilidade, com maior ou menor perfeição e com maior ou menor uso de tempo, dependendo de seus potenciais, experiências passadas e conhecimento. Se o objetivo não for alcançado, há que se reensinar tudo.  

Orientar por resultado é dar o objetivo e deixar, permitir que o educando chegue a ele como possa ou queira. Nesse caso, o caminho seguido não será objeto de análise e sim o resultado final. Também aqui, o tempo utilizado, um acerto amplo, parcial ou nulo e as facilidades ou dificuldades encontradas, dependerão do grau de conhecimento, experiências e potenciais do educando.

São dois ótimos critérios didáticos. Certamente todas as pessoas precisam deles dois, dependendo do assunto e do aspecto personal envolvido. Quem pode discernir o momento de usar um ou outro e a quem empregá-los revela-se um educador experiente e observador, cujas intuições não estão sendo desprezadas.

18 de setembro de 2011
por Tania Paupitz
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Aprendendo com as emoções

Acredito que para tudo na vida há uma explicação plausível e, quando procuramos pelas respostas, elas aparecem, seja através de um livro que surge em nossas mãos, um amigo que vem nos dizer alguma coisa, justamente no momento em que mais precisávamos ouvir; os exemplos são muitos, porém, uma coisa é certa – somos a causa de tudo o que nos acontece, seja bom ou ruim.

A cada dia, percebo que todos os acontecimentos de minha vida, estão de alguma forma relacionados com algum fator interno dentro de mim. O corpo é o primeiro a acusar a forma como estou lidando com estes acontecimentos, pois cada parte dele reflete uma emoção.

Estarmos bem sintonizados, tanto emocional, espiritual como fisicamente, significa que estamos pensando e agindo em concordância com a nossa natureza individual ou temperamento, ou seja, estamos em sincronia com nossa essência interna.

Ao dar início a este artigo, lembrei de um fato que me aconteceu recentemente: uma série de sintomas como dor de garganta, tosse, me levaram a procurar um especialista, onde foi diagnosticada uma “faringite”. Não fosse ir ao médico, o problema poderia ter se transformado numa coisa mais séria como uma pneumonia; mas é claro, tendo um pouco mais de consciência do quanto nos encontramos vulneráveis com a quantidade de novos vírus circulando por aí, devo confessar que não foi difícil, tentar relembrar as várias situações onde poderia ter pegado o tal vírus…

 Automaticamente surgiu a lembrança daquela amiga a quem dei “carona” e tossia tanto, que mal conseguia articular a palavra; depois outra com quem por acaso, cruzei num aniversário – ela me deu dois beijinhos e sem disfarçar me disse que estava muito “gripada” e por esse motivo, não ficaria muito tempo comigo, o que confesso foi um alivio, já que não queria pegar a tal “gripe”.

Após alguns questionamentos internos sobre como ou onde poderia ter adquirido a tal “faringite”, um livro que se encontrava na minha estante surgiu diante de meus olhos e para minha surpresa o assunto em questão era sobre doenças psicossomáticas. Lendo sobre o assunto, passei a compreender que o diferencial para se considerar uma doença como psicossomática é entender que a causa está ligada ao emocional da pessoa, à sua mente, aos sentimentos, que se refletem no corpo.

Nesse momento, não foi difícil num relance momentâneo, perceber que a minha faringite tinha, no fundo, uma explicação emocional e, como curiosa que sou, acabei encontrando outro livro – “Metafísica da Saúde” (Gasparetto/Valcapelli), que comentava o seguinte:

“Acatar a consciência metafísica é abandonar o pretexto de atribuir às coisas externas nossas frustrações, tornando-nos vítimas, reconhecendo em si mesmo o referencial manifestador que cria a realidade, atraindo para si tudo de bom ou ruim que nos acontece na vida”. Esta frase me fez pensar que realmente somos o que pensamos e nossas atitudes com relação a uma doença tanto podem fortalecer quanto enfraquecer ainda mais o nosso sistema imunológico. Se nos queixamos, sentindo pena de nós mesmos ou nos ressentimos com a doença, ela se torna mais forte. Por outro lado, há pessoas que aproveitam destes momentos para crescer, podendo ter insights que talvez nunca tenham experimentado antes. Podem também ter acesso ao seu conhecimento e contentamento internos, aproveitando para aprender dentro de todo este processo, que com certeza, a levará para cura, muito mais rapidamente do que uma pessoa negativista.

Dando sequência à leitura do livro, não poderia deixar de mencionar o capítulo específico sobre o tema Faringite: ” é uma inflamação que ocorre quando ficamos irritados com os sapos que engolimos nas situações corriqueiras. Quando não aceitamos as situações do meio em que vivemos ou as atitudes das pessoas de nosso convívio e nos irritamos, nos tornamos vulneráveis a inflamação da faringe”.
        Convém lembrar que, se tudo o que os outros nos fazem ou nos falam podem provocar irritação, é porque tem a ver com nosso interior. O fato de não engolirmos algo denota o desconhecimento de nós próprios.
         Pude então após essa leitura, me dar conta de uma recente situação vivenciada com algumas pessoas, onde não estava de fato e verdadeiramente, me sentindo a vontade; pelo contrario, dentro do contexto havia feito um enorme esforço para, no mínimo, parecer agradável e educada, o que acabou me causando um imenso mal estar.
        Descobri que no fundo não eram as pessoas que estavam comigo, as responsáveis pelo meu estado íntimo de desconforto e, sim, eu mesma que havia me colocado nessa situação. Constatei, de certa forma, aliviada que eu havia repetido um padrão de pensamento negativo sempre que encontrava estas pessoas, e que, na verdade, não eram elas que me incomodavam, e, sim, tratava-se de uma situação criada por minha própria recusa em aceitar que essas mesmas “falhas”, que eu costumava ver nelas, também existiam em mim.
       Finalmente, consegui aprender que em todas as situações, por mais desagradáveis que sejam, existem sempre três lados: o lado negativo, o positivo, e o terceiro lado que corresponde à MENSAGEM do momento, que nada mais é do que a LIÇÃO a ser aprendida.

18 de agosto de 2011
por Cristina Sarraf
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Múltiplas Opções

“Observar a vida, os tipos humanos, as espécies vegetais e animais, os minerais e os corpos celestes, é descobrir que nada é igual, nem ao menos dois grãos de areia.

Por maior semelhança que exista, a variedade é de uma diversidade infinita.

Por isso, cada um é um e não há repetições nem cópias, mesmo que a nossa ignorância espiritual se apegue a falsa ideia de ser igual a… 

Treinando a seleção e escolha de objetos, ganhamos experiências para selecionar e escolher pensamentos e companhias.”

As experiências que o mundo contemporâneo nos oferece, caracterizam-se pelas mais que múltiplas opções, em quase tudo. Chega a ser atordoante a variedade e quantidade, puxando nossa condição de arbítrio ou de acomodação com as decisões alheias, o que também é uma forma de usar o arbítrio.

Desde como pensar, agir e ser, até roupas e utensílios, numa cidade grande há sugestões e opções em cada bairro e na região central, numa profusão que desafia.

Nesse imenso “bazar”, a maioria das pessoas quer ter o melhor pelo menor preço, estar na moda, ser esperto, inteligente e capaz das melhores escolhas, para sentir-se vencedor. É uma espécie de guerra treinadora do discernimento, do reconhecimento da funcionalidade e das oportunidades, bem como da capacidade de saber o que lhe convém, evitando a sedução das facilidades e chamamentos ao ego.

Fica notório como a lei da evolução espiritual funciona, através do uso diário do livre arbítrio.

Quando há pouca variedade de objetos ou condutas, é mais fácil escolher, mas é menor a proporção em que nos identificamos com essas escolhas. Já as múltiplas possibilidades dão mais trabalho emocional e intelectual, e puxam muito a pessoa para se colocar. Mas permitem uma identificação das nuances personais de cada um.

Há quem considere o gigantismo comercial, por exemplo, como um nefasto resultado das interações e estilos governamentais, facilitadores da ambição desmedida, da baixa qualidade de quase tudo (incluindo pensamentos) e do predomínio financeiro.

Há quem considere que se tivéssemos poucasposses e poucas ofertas, seríamos mais simples e felizes.

Há quem só viva bem nessa agitação, onde sabe distinguir o que lhe convém, as intenções alheias e o que “vale a pena”.

De maneira que pensando nos Princípios do Espiritismo, vemos que apesar de haver forças e interesses que conduzem e comandam a sociedade, estimulando o materialismo, a cada um é dado perceber o que pode, deve e lhe faz bem, e isso tudo acaba por trabalhar as capacitações espirituais, promovendo o desenvolvimento pessoal e empurrando -pouco a pouco- para o melhor.

Nossa condição espiritual impede o reconhecimento do que realmente é esse melhor. Estamos aprendendo a selecionar, fazendo experiências e descobrindo consequências. Os equívocos, enganos e atrapalhadas podem “jogar para baixo” quem está escravo do orgulho, mas são experiências que todos fazemos, sem exceção, enriquecedoras e esclarecedoras sobre nós mesmos.

Do que, de verdade, eu preciso?

Agir assim, combina comigo?

Posso realmente ter esse comportamento ou ter tal coisa, sem causar perturbações, arrependimentos e prejuízos a mim e aos outros?

Esses questionamentos podem ser um critério que acabe se tornando uma postura diária. Ela ajudará a fazer um bom treinamento de uso do arbítrio e desenvolverá, na contrapartida, percepções extra-sensoriais e auto conhecimento.

18 de agosto de 2011
por Cristina Sarraf
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Dia 29 de agosto é o dia de Bezerra de Menezes

Relembrar esse grande exemplo de conduta humana é nos aproximarmos do critério dado pelos Espíritos da Codificação, quando apresentaram Jesus como sendo o maior deles. O bom senso indica que exemplo é exemplo, e para aproveitá-lo, não precisamos ser cópias dele. Cada um poderá ver, na criatura exemplar, um estímulo para positivar-se, diminuindo as negatividades adquiridas, na certeza de que poderá ser mais e melhor do que é hoje, sem nunca deixar de ser si mesmo.

Os espíritos evoluem sempre, encarnados e desencarnados. Bezerra de Menezes desencanou em 1900, ou seja, há 111 anos, portanto deverá estar, pelo menos em alguns pontos, bem diferente do que foi. Para conhecê-lo como o dr. Bezerra de Menezes, tão significativo para nós espíritas, sugerimos a leitura do que ele escreveu em vida. Entre outros, há uma coletânea em três volumes, intitulada Estudos Filosóficos, de textos dele que foram publicados semanalmente, e que podem ser lidos de forma avulsa, mostrando seus posicionamentos, opiniões e personalidade.

Textos mediúnicos jamais expressam a verdadeira pessoa do Espírito, porque são ele somado ao médium.

18 de agosto de 2011
por Teresinha Olivier
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“Seja feita a vossa vontade, assim na terra como nos céus.”

Por quantos e quantos séculos vimos nessa frase do Pai Nosso um motivo de receio, ou mesmo de pavor, ante a possibilidade de Deus enviar algo de ruim para nossas vidas!

Seja feita a vontade de Deus.” “Foi a vontade de Deus.” “Se Deus quiser”, “Deus quis assim”, e outras frases do mesmo teor nos faziam sentir o medo de que Deus, de acordo com a sua vontade, ou das suas preferências, ou ainda do seu estado de humor no momento, enviasse algo de terrível para nossas vidas, como se Ele estivesse ao sabor das circunstâncias e do estado de espírito, como nós.

A humanidade, na dificuldade de compreender a natureza divina, criou um deus com a forma, características, sentimentos e desejos humanos e, por conseguinte, um deus que faz diferença entre suas criaturas, dando saúde e felicidade a umas, e a outras, doenças, sofrimento e até desgraças. Que castiga sem piedade mesmo aquele que errou por ignorância, o que faz dele um ser cruel além de parcial. Era, e ainda é em algumas religiões, comum se ouvir falar da ira de Deus, sendo a ira um sentimento eminentemente humano.

O Espiritismo veio trazer luzes a estas e a outras ideias enraizadas nas mentes das pessoas, ampliando e aprofundando o conceito sobre Deus, mostrando o Criador, não como um ser dotado das mesmas características nossas, mas uma inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas.

No livro A Gênese, Kardec nós dá uma ideia bem mais avançada de Deus ao dizer: “…para facilidade de nossa inteligência representamo-lo sob a forma concreta de um fluido inteligente que ocupa o Universo infinito, penetrando todas as partes da Criação: a natureza inteira está mergulhada no fluido divino…Estamos, assim, constantemente na presença da Divindade…Estamos nEle, como Ele está em nós, segundo as palavras do Cristo.

Com essas orientações, e outras, contidas nas obras da Codificação, já temos condições de deixarmos de lado os conceitos ultrapassados sobre Deus e avançarmos um pouco mais em direção a um entendimento mais libertador. É claro que ainda temos que caminhar muito para atingirmos uma compreensão mais plena do Criador, porém, a Doutrina Espírita já nos descortina uma visão mais condizente e mais próxima à realidade.

Deus criou o princípio inteligente, o princípio material e as leis que regem todo o Universo. E com o seu pensamento e com sua vontade amorosa, mantém a Criação. A vontade de Deus está expressa nas leis universais que Ele criou e o que nos cabe fazer é aprender a viver em harmonia com elas.

Quando algum sofrimento nos atinge, não foi Deus que o enviou, mas nós é que agimos de forma conflitante com o princípio do Amor, que é uma das características das Leis Divinas Universais; e sofremos as consequências naturais do nosso desvio, o que acabará nos ensinando o caminho do Amor.

O Espiritismo nos dá a chave para compreendermos esse mecanismo, esclarecendo com relação a Natureza de Deus, a imortalidade dos Espíritos, a reencarnação e ao princípio de causa e efeito: “Entretanto, em virtude do axioma de que todo efeito tem uma causa, essas misérias são efeitos que devem ter uma causa.” (Evangelho Segundo o Espiritismo).

Com o auxílio desses esclarecimentos e com o estudo aprofundado da Doutrina Espírita, alicerçada no Evangelho de Jesus, entendido como um roteiro para uma vida mais plena e feliz, a prece Pai Nosso pode ser melhor compreendida e sentida.

A frase “Seja feita a vossa vontade, assim na terra como nos céus”, mostra que devemos nos empenhar a cada dia em aprender a viver em harmonia com as Leis criadas por Deus para todo o Universo e impressas em nossa consciência; conseguindo assim a verdadeira felicidade que é a harmonia interior, fruto da evolução espiritual.

Essa é a vontade de Deus, tudo o mais é nossa responsabilidade!

18 de julho de 2011
por Cristina Sarraf
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Reconhecendo a própria sensibilidade

Nas múltiplas reencarnações, nós Espíritos desenvolvemos a sensibilidade, a condição de perceber o que nos cerca.

As plantas já denotam essa característica, e à partir o reino animal existem os órgãos dos sentidos, que nada mais são do que o demonstrativo reduzido e materializado dessa especificidade espiritual. Por eles captamos e percebemos o que nos afeta, pela “linguagem” das sensações, sejam boas, agradáveis, estranhas, agressivas…

Esses órgãos funcionam captando os estímulos e levando-os ao sistema nervoso, que através de um processo eletroquímico os faz chegar ao cérebro que os processa e são percebidos pelo Espírito, através do perispírito.

Dizendo assim, pode parecer que o Espírito esteja longe do corpo, o que não é verdade. Estando encarnado, o Espírito está no corpo. E esse caminho: estímulo externo/interno àcaptação pelos órgãos dos sentidos ànervos à cérebro àEspírito, é automático e super ultra rápido, porque são níveis e não espaço físico.

Por exemplo: o olho capta algo, mas se estamos pensando em outra coisa, apenas vemos. Caso ponhamos atenção, vemos, entendemos e tiramos conclusões. Ou seja, há níveis de sensibilização, captação e percepção.

Desse modo, a sensibilidade humana é tocada por  estímulos que vem da matéria densa e da eterizada (fluidos/energia). Essa captação é natural, como naturalmente ouvimos os sons. E da mesma forma que embora ouvindo, podemos não entender o que é, pela falta de atenção, do ponto de vista fluídico ocorre o mesmo.

Se um Espírito se aproxima e nossa atenção está voltada às coisas do dia, não registramos essa presença. Mesmo sendo médiuns desenvolvidos, o hábito de pensar que tudo que sentimos é nosso, impede a percepção do que ocorre. É que a mente acostumada, condicionada a uma determinada forma de entender, fecha, limita e impede que as sensações sejam examinadas e que a razão encontre sua origem e significado.

No entanto, a nossa sensibilidade continua captando tudo. São milhares de sensações e estímulos por segundo, vindos do mundo físico e do astral, dos quais só percebemos uma pequena porção. O exemplo clássico é perguntar se estamos sentindo a manga da blusa no braço.  Qualquer pessoa nota que não estava ciente disso, mas ao ser questionada põe atenção e sente.

Mesmo distraídos ao que sentimos, o processo se faz, afetando o sistema nervoso e disparando “químicas” no interior das células, porque o mecanismo orgânico que nos caracteriza, funciona assim.

De modo que, desatentos ou atentos ao que nos chega, as reações físicas são inevitáveis, pelo fato de que embora sejamos uma individualidade, não estamos isolados e nem conseguimos ficar, do ponto de vista fluídico/energético. Nós fazemos parte do ambiente e ele faz parte de nós, numa interação total. Partilhamos nossas subpartículas atômicas, o ar que respiramos e todas as emanações dos corpos que nele são eliminadas, as energias, os pensamentos…

É por causa disso que pessoas desconhecedoras do que seja a mediunidade, entendem que ela cria problemas, doenças, atrai Espíritos perturbadores e deixa a vida sempre complicada.

O fato é que, além da sensibilidade natural e até um tanto mais expandida, os médiuns tem a sua forma de ser e de pensar. Quando um Espírito se aproxima, essa presença é registrada e determina uma alteração na sua vibração perispiritual, o que é captado por seu sistema nervoso, levando ao cérebro sensações que podem ser entendidas ou desprezadas, conforme ponha ou não atenção nelas. Se houver atenção – e estar numa reunião mediúnica deveria ser sinônimo de dar plena atenção às sensações e percepções- a pessoa médium poderá administrar o fato, entende-lo de alguma forma e dar-lhe o encaminhamento necessário. Se não houver atenção, o processo chega ao nível orgânico e a pessoa nem percebe ou pensa que são coisas suas. Nesse caso, realmente vive complicações que não precisaria ter, mas terá até compreender que mediunidade é apenas uma condição de entender os Espíritos e poder intermediar-lhes o pensamento. O demais, é sua sensibilidade que capta do ambiente e sua forma de ser e pensar que atrai e estabelece ligações com encarnados e desencarnados. E tudo isso produz sensações.

As impressões de que a mão inchou, a cabeça cresceu, muito frio, de que balança e vai cair, e mesmo taquicardia, sufocamento, e outras, que os médiuns costumam sentir, nada mais são do que registros físicos da alteração vibratória perispiritual, advinda da proximidade de Espíritos, trazidos ao corpo pelo sistema nervoso.

Caso a pessoa pense que essas e outras sensações, sobretudo as ruins, como dores, mal-estar, perturbação mental, pressão na cabeça, enjoo sejam seus, está dando uma ordem ao corpo de fixá-las e tornam-se suas, por impregnação (como se fosse “xerox”). Mas se as entende como sensações captadas de outrem, impede a impregnação e nada se fixa, desaparecendo após o afastamento da causa.

Pela mesma razão, Espíritos que se vinculam a alguém por sua inferioridade, baseados em vingança ou aproveitamento das energias da pessoa, e não são percebidos, mesclam-se com o encarnado de tal maneira, que passa a haver uma simbiose; então, as sensações que

não são percebidas de outro e sim como coisa da pessoa, tornando-se realmente assim, no tempo, pela postura de adoção. Por isso o Espiritismo nos ensina que é a sintonia com os bons que nos afasta dos maus.

Porem, fazer pedidos nas preces não é a condição de nos sintonizarmos com Espíritos de melhor qualidade. Essa é uma ilusão que precisa ser desfeita, porque ela já nos trouxe muita desilusão e ainda não vimos por quê.

O peditório é uma prática que anula a sensibilidade,  e está baseada na ideia de deus ser uma criatura manipulável, que barganha conosco.

Esse deus, que não é o ensinado pelo Espiritismo, só beneficia quem se comportar “bem”, segundo as normas religiosas. Semelhante ao papai noel, que traz brinquedos apenas às crianças boazinhas, como os pais querem.

A prece avalizada por Jesus, ao contrário, é um ativador da sensibilidade, um despertar para suas percepções e para a confiança nelas.  Porque é uma atitude verdadeira, um posicionar-se intimamente, de maneira a ter a conduta e os pensamentos melhorados por ela, que vão gradativamente nos sintonizando melhor.

Vínculos dessa qualidade não se fazem de uma vez.

É a persistência, a seriedade em rever-se amorosa e pacientemente, inclusive nas recaídas, que leva ao reconhecimento dos níveis mais profundos dos condicionamentos mentais, e nos qualifica a superá-los.

Durante muito tempo solidificamos, pela repetição, condutas, conceitos e descaso com nossa sensibilidade, supondo que alguma autoridade fosse mais capaz do que nós, de saber o que se passa conosco. E como boa parte do que sentimos e pensamos não é nosso, a auto-observação é a melhor ferramenta de que dispomos, se quisermos reverter essa situação a nosso favor.

Sendo impossível nos isolarmos do astral, a não ser por momentos, funcionam muito bem os exercícios de centrar-se, ficar só em si. E que sejam acompanhados dos de desgrudar-se/desenganchar-se de pessoas e situações. Porque, nossas boas ou más relações não são sinônimos de fixação mental e auto descuido.

Praticar esses exercícios nos beneficia e muito.

Eles produzem uma descompressão energética que liberta a sensibilidade, abrindo o campo intuitivo e a flexibilidade mental, para encontrarmos o que está nos limitando, bem como as alternativas solucionadoras.

18 de julho de 2011
por Cristina Sarraf
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Perfeição espiritual e perfeição comportamental

Texto revisto e ampliado, originalmente editado no Jornal do CEM de agosto de 2004 – CHS

Dois conceitos costumam ser misturados e por isso geram grandes dificuldades de entendimento: a perfeição espiritual que todos possuem e a perfeição comportamental que teremos um dia.

Individualizados do Elemento Espiritual, somos Espíritos constitucionalmente perfeitos, íntegros em nós mesmos, ou seja, sem imperfeições, defeitos, falhas ou deformações.

A partir dessa origem, igual para todos, iniciamos nosso processo evolucional, quer dizer, de desenvolvimento gradativo das potencialidades que nos compõe.

Desse ponto em diante, começamos a nos diferenciar pelas experiências e momentos vividos, o que vai nos caracterizando como individualidades únicas, embora semelhante aos demais.

Pela observação e confronto com nossos semelhantes, podemos reconhecer pontos a serem desenvolvidos ou ajustados, em nosso comportamento. O que se constitui em necessários exemplos, e em metas de crescimento.

No entanto, em cada fase evolutiva somos perfeitos relativamente, ou seja, dentro dos limites da fase, independentemente de equívocos, erro de perspectiva, falhas de discernimento ou maldades, os quais caracterizam a mesma. Vencida essa etapa, na seguinte também somos perfeitos relativamente a ela, e assim por diante.

Apesar da existência dessa perfeição relativa, podemos dizer que ainda não temos uma verdadeira perfeição comportamental, já que estamos evoluindo, aprendendo a entender e a usar melhor nossos próprios recursos e potenciais.

Mas isso não quer dizer que seja correto ver-nos como seres defeituosos, falhos, errados e imperfeitos. No máximo podemos nos dizer ainda incapazes de realizar o que já percebemos ser de melhor qualidade funcional.

Há uma distorção educacional, familiar e social, baseada em idéias do “ano mil” que nos quer igual aos outros e diz que deveríamos ser “assim e assado”. Obviamente essa forma de pensar desconhece a imortalidade dos Espíritos, a reencarnação, a evolução, o livre arbítrio, etc.

Cada um de nós, em cada momento, é e faz o melhor que pode.

Saber, vislumbrar, entender que agir de tal maneira nos trará melhores resultados, não significa que já possamos concretizá-la, pois para tudo há o momento oportuno de maturação e realização.

Enfim, em nós, Espírito, somos perfeitos sempre. No comportamento estamos em constante evolução e aprimoramento, desfrutando apenas de perfeições relativas, que futuramente serão muito amplas. Quase perfeitas…

18 de junho de 2011
por Cristina Sarraf
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Da necessária e ainda descuidada união de um grupo mediúnico, em 12 passos

“Encarem o fator que nos une como grupo, semelhante àquele que nos liga à família de encarnados: necessidades, experiências e desenvolvimento das características da fraternidade.”

“O elo que se faz e se desenvolve conosco é o do amor fraterno. É uma porta aberta, um convite à convivência cada vez mais unida, junta, agregada entre encarnados e desencarnados.”

“Liguem-se, busquem um no outro o necessário, não só na hora da dificuldade.”

“O grupo é formados por todos e não só por alguns dos participantes da reunião. Então, uns precisam dos outros como eu preciso da médium para poder transmitir minhas palavras.”

“Quando já sabemos, agimos com confiança. Quando agimos sem confiança é porque não sabemos. Então, é preciso aprender fazendo os exercícios de ligação de grupo, para depois ter confiança no aprendizado e no resultados.”

“Cada um aqui está provando e experimentando da importância das palavras de Jesus: se estiverem reunidos em meu nome, eu aí estarei.”

“Todos que querem realmente se reunir em nome de Jesus, que querem aprender seus ensinos e os aplicar, encontrarão obstáculos. Mas se o grupo se firma, unidos, convictos de que as instruções espíritas têm que ser experimentadas, logo descobrirão sua importância pelos benefícios que serão colhidos. Então, unam-se cada vez mais. Quanto maior for o obstáculo, mais força o grupo deve mostrar, mais união, porque a força de um grupo está na união.”

 “Quando sentirem que um companheiro está necessitado ou se desgarrando, esta é a hora de firmar ainda mais a união do grupo, para que a pessoa seja ajudada e possa voltar ao equilíbrio.”

“Reunião é comunhão não só de momento, mas no distante, em pensamento. A distância não deve favorecer o desligamento, pois sozinhos somos mais vulneráveis. Ligados somos um feixe, sozinhos um deleite para quem quer influenciar e roubar energias.”

“Ainda não somos competentes para darmos, sozinhos, uma boa contribuição ao nosso equilíbrio. Por isso, busquemos no nosso grupo espírita, a força que sozinhos não temos. Para tanto, estejamos ligados realmente uns aos outros, encarnados e desencarnados. A não ser que não nos sintamos num grupo, que a tal ligação não se baseia no amor, nem no companheirismo e nem na caridade.”

A união do grupo pode ser observada pelo entrelaçamento dos fluidos de cada um, formando uma espécie de fio que une a todos e determina um ambiente específico e propício para os trabalhos acontecerem a contento. Dessa forma todos doam e recebem.”

“Que possamos exercitar a observação, para perceber quando o grupo está realmente unido e quando essa união esmorece. Analisemos os resultados de uma e de outra situação.”

Kardec definindo uma reunião como um ser coletivo, cujas qualidades e propriedades são as de seu membros, deixa bem claro que cada participante traz para ela, uma parte decisiva, específica e que sua presença (ou ausência) faz uma grande diferença.

Os estudos sobre os fluidos confirmam essas observações, pois mostram que todos exercemos influência, principalmente onde estamos. Mesmo quietos e silenciosos, pensamos e os fluidos carregam o teor desses pensamentos para o ambiente. Ora, a boa qualidade e a eficiência de uma reunião está na proporção da harmonia e da homogeneidade de pensamentos e sentimentos que se faça entre seus componentes. O contrário, também é verdadeiro.

Costumam “subir” psicologicamente, dores, questões conflitantes ou mal resolvidas, quando queremos nos voltar para o objetivo da reunião. Ficar nelas é impedir a união e isolar-se. Saber lidar com isto, pedindo ajuda espiritual para essas questões e “virar a página”, é parte do compromisso de cada participante. O papel do coordenador é o de detectar e encaminhar soluções oportunas para cada momento, porque nada se repete igual e também por causa das interferências espirituais.

A ligação fluídica entre todos, no início, forma um elo que permite trocas energéticas, facilita a integração e faz a compensação dos desníveis, fruto do estado geral de cada um, em cada dia. Manter o circular desse fluido, estabelece a união que gera a possível homogeneidade, apesar das oscilações naturais, no decorrer da reunião. Estas posturas assumidas e conscientemente mantidas, determinam os bons resultados esperados. E trazem felicidade…

Texto publicado originalmente, no Jornal do CEM de novembro de 2004