18 de junho de 2011
por Cristina Sarraf
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Influenciações espirituais sutis

 do livro “Estude e Viva”, psicografia de Francisco Cândido Xavier, pelos Espíritos Emanuel e André Luiz

 Sempre que você experimente um estado de espírito tendente ao derrotismo, perdurando há várias horas, sem causa orgânica ou moral de destaque, avente a hipótese de uma influenciação espiritual sutil.

Seja claro consigo para auxiliar os mentores espirituais a socorrer você. Essa é a verdadeira ocasião de humildade, da prece, do passe.

Dentre os fatores que mais revelam essa condição da alma, incluem-se:

– dificuldade de concentrar idéias em motivos otimistas;

– ausência de ambiente íntimo para elevar sentimentos em oração ou concentrar-se em leitura edificante;

– indisposição inexplicável, tristeza sem razão aparente e pressentimentos de desastres imediatos;

– aborrecimentos imanifestos por não encontrar semelhantes ou assuntos sobre quem ou o que descarregá-los;

– pessimismos sub-reptícios, irritações surdas, queixas, exageros de sensibilidade e opções de condenar quem não tem culpa;

– interpretação forçada de fatos e atitudes suas ou dos outros, que você sabe não corresponder à realidade;

– hiperemotividade ou depressão, raiando na iminência de pranto;

– ânsia de investir-se no papel de vítima ou de tomar uma posição absurda de automartírio;

– teimosia em não aceitar, para você mesmo, que haja influenciação espiritual para consigo, mas passados minutos ou horas do acontecimento, vêm-lhe a mudança de impulsos, o arrependimento, a recomposição do tom mental e, não raro, a constatação de que é tarde para desfazer o erro consumado.

São sempre acompanhamentos discretos e eventuais por parte do desencarnado e imperceptíveis ao encarnado pela finura do processo.

O Espírito pode estar tão inconsciente de seus atos que os efeitos negativos se fazem sentir como se fossem desenvolvidos pela própria pessoa.

Quando o influenciador é consciente, a ocorrência é preparada com antecedência e meticulosidade, às vezes, dias e semanas antes do sorrateiro assalto, marcado para a oportunidade de encontro em perspectiva, conversação, recebimento de carta, clímax de negócio ou crise imprevista de serviço.

Não se sabe o que tem causado maior dano à Humanidade: se as obsessões espetaculares, individuais e coletivas, que todos percebem e ajudam a desfazer ou isolar, ou se essas meio-obsessões de quase obsidiados, despercebidas, contudo bem mais frequentes, que minam, não apenas as energias de uma só criatura incauta, mas influenciam o roteiro de legiões de outras.

Quantas desavenças, separações e fracassos não surgem assim?

Estude em sua existência, se nessa última quinzena você não esteve em alguma circunstância com características de influenciação espiritual sutil. Estude e ajude a você mesmo.

18 de junho de 2011
por Constância
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Inspirações: a teoria e o fato

Quando Kardec trata dos médiuns inspirados, capítulo XIV de O Livro dos Médiuns, no item 183 é dito que a inspiração, no geral, tem a ver com as coisas e as circunstâncias da vida cotidiana.

Examinar essa afirmação nos remete a dois pontos de observação: o médium e o Espírito que o inspira.

O médium, tendo suas características próprias como pessoa, terá na vida situações correspondentes a elas. E portanto, fará sintonia com Espíritos afinizados, afins ou relacionados de alguma forma consigo.

Quanto ao Espírito inspirador, se as inspirações vinculam-se às coisas comuns da vida, certamente não virão, necessariamente, de um Espírito mais elevado. O que só ocorrerá se houver alguma real necessidade.

Se bem que pessoas mais desenvolvidas intelectual ou moralmente, nesse aspecto de sua personalidade receberão inspirações de Espíritos á altura de suas competências, ou superiores.

O que nos remete ao campo observativo, em relação ao que nos está sendo inspirado, quando, como e para quê; mesmo sem saber por quem…

Na medida que nos conheçamos um pouco, podemos notar se a fonte inspiradora apenas reforça quem já somos ou se traz inovação, alargamento de vistas e crescimento pessoal. Corresponde ao que estamos atraindo…

Inspiram-nos para o fortalecimento de boas ou más tendências? Inovam para o melhor ou o pior?

As inspirações vêm. Fica para cada um a opção de aceitá-las ou não, e arcar com essa decisão.

capa livro dos espíritos - Alan Kardec

18 de maio de 2011
por Cristina Sarraf
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Sobre o capítulo das Leis Morais, de O Livro dos Espíritos

capa livro dos espíritos - Alan Kardec

As leis Morais compõem o Livro Terceiro de O Livro dos Espíritos.

Foi Kardec que fez essa divisão ou classificação em dez leis, aprovada pelos Espíritos que responderam as perguntas, mas nada tem de absoluto, pois é apenas uma boa classificação.

Essas leis se referem ao comportamento humano, face às Leis Universais.

São elas: Trabalho, Reprodução, Conservação, Destruição, Sociedade, Progresso, Igualdade, Liberdade e Justiça, Amor e Caridade.

E dois complementos: Lei divina ou natural e Perfeição Moral.

Sendo derivadas das Leis Universais, retratam de alguma maneira todas elas, embora, por ajuda didática, possamos considerar que mais diretamente:

  • as lei do Trabalho, de Progresso, de Conservação, de Destruição, referem-se a Lei da Progressão dos Espíritos
  • as lei de Reprodução e de Sociedade referem-se a Leis da Reencarnação dos Espíritos
  • as lei de Igualdade, de Liberdade e de Justiça, Amor e Caridade referem-se as Leis de Livre Arbítrio e Consequências naturais
  • a lei de Adoração refere-se a existência do Criador, Deus

Embora, de forma indireta, estejam ligadas aos demais PrincípiosDoutrinários/Leis Universais, como por exemplo, a Lei de Sociedade envolve também a da Imortalidade dos Espíritos, da Mediunidade, da Influência dos Espíritos sobre os Encarnados, da Evolução, do Livre Arbítrio, das Consequências Naturais, da Ação dos Espíritos sobre os Fluidos, do Perispírito e da Erraticidade.

Nota-se que em alguns pontos a linguagem utilizada nesse Livro Terceiro, difere daquela dos Livros Primeiro e Segundo, denotando a participação de outros Espíritos e a dificuldade natural, no século XIX, da isenção e do desvinculamento dos conceitos religiosos vigentes, por parte, sobretudo, dos médiuns e de alguns desencarnados.

Aliás, nem tempo houve para que estudassem a fundo e se firmassem nos Princípios do Espiritismo, e entendessem a Vida sob essa ótica nova e revolucionária das idéias.

Podemos dizer que só agora, cento e cinquenta e tantos anos depois, começamos a ter suficiente maturidade espírita para distinguir formas de pensar que divergem das do Espiritismo, mas que ainda estão arraigadas em nossa estrutura mental.

Os espíritas que nos sucederam, lutaram pela implantação do Espiritismo, enfrentaram oponências e preconceitos, iniciaram estudos, fundaram as Casas Espíritas, fizeram a divulgação das idéias e acostumaram a sociedade com a existência dessa Doutrina que se baseia em um conjunto de Princípios muito específicos.

Agora é hora de vivenciarmos a filosofia e a ciência espíritas, como base da transformação moral natural e coerente, que queremos empreender.

É o Tripé que precisamos equilibrar, começando por entender e viver essa ciência filosófica; e agirmos como cientista experimental espírita, observando e trabalhando sobre as transformações que cada experiência produz, sejam boas ou não. Elas ocorrem em nossa forma de ser e agir, em nosso comportamento, ou melhor, na moral.

A base de entendimento espírita de moral, são os Princípios do Espiritismo, caracterizados pelos dois ensinos eternos de Jesus: amar ao próximo como a si mesmo e agir com os outros como gostaríamos que agissem conosco.

Que não haja estranheza, e nem falta de análise, em relação a algumas maneiras de expressar o pensamento, encontradas nessa parte de O Livro dos Espíritos, o que em nada diminui o conteúdo, que pode ser perfeitamente entendido e bem aproveitado.

Nosso critério de estudos é aplicar em todos os itens das Leis Morais o que já conhecemos sobre os Princípios/Leis Universais.

 

O Livro dos Espíritos – Kardec

629. Que definição se pode dar da moral?

“A moral é a regra de bem proceder, isto é, de distinguir o bem do mal. Funda-se na observância da lei de Deus.

O homem procede bem quando tudo faz pelo bem de todos, porque então cumpre a lei de Deus.”

Observe e analise que a lei de Deus, a que se refere essa resposta dos Espíritos da Codificação, não é a lei das igrejas e das tradições e sim as leis universais, as eternas, válidas em qualquer tempo. Elas compõem os Princípios do Espiritismo e as lições de Jesus. Cada Espírito as entende conforme possa e amadureça. Percebendo os desdobramentos e aplicações delas, vai melhorando sua conduta, distinguindo o bem do mal e evitando prejudicar a si e aos outros. Observe muito bem, que a resposta não indica que nos ponhamos de lado para cuidar dos outros, como pede a religião dogmática, que nos quer ausentes e bem distantes de nós mesmos, para sermos facilmente amedrontados e manipulados.

18 de maio de 2011
por Helena Fernandes
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Uma boa técnica: visualizações positivas

visualizacao-positiva

As técnicas nos ajudam a por em prática as idéias. Muitas vezes entendemos, pela inteligência, mas não sabemos como usar uma lição, um ensino, um Princípio do Espiritismo… E acabamos nos mantendo como já éramos.

Há técnicas complexas, difíceis de entender e usar. Há as herméticas, as demoradas, as trabalhosas e as simples e fáceis, que são as melhores, porque ao final das contas, uma técnica é um facilitador.

Transformar uma idéia em ação pode parecer automático, mas não é. A pessoa precisa, para tanto, ter desenvolvido um aspecto de sua inteligência, que implica em saber materializar uma abstração. Habilidade essa que todos podemos desenvolver, bastando que sintamos a necessidade disso e busquemos aprender “o caminho das pedras”.

Como a solução dos nossos problemas só depende de nós, usar uma técnica boa e simples, ajuda bastante.

A da visualização positiva, existe em várias versões e inúmeros exercícios, mas basicamente é o uso de nossa capacidade natural de criar cenas mentais e impressões sensoriais, a nosso favor, substituindo aquelas que nos deprimem.

Diariamente, desde que nascemos neste mundo, palavras, sons, imagens e acontecimentos, vão nos marcando, impressionando, fixando-se na sensibilidade e na mente, e nos acostumamos a eles, que passam a fazer parte de nós mesmos. Uma enorme lista de características, que pessoas significativas nos deram e aceitamos, ou que nós mesmos nos demos, são visualizações internas que determinam nossa vida. As boas nos ajudam muito e as ruins nos atrapalham em igual  medida.

Convido a cada um que examine o que pensa de si e observe que faz imagens ou cenas, nítidas e vagas, simbolizando esses conceitos.

Momentos desagradáveis, palavras ofensivas, situações humilhantes e observações maldosas podem estar tão fixados em nossa mente, que nos impedem de viver em paz e realizar aquilo que viemos fazer nessa vida. Note que ao querermos agir, eles surgem como fantasmas e nos tolhem, pelo medo de acontecerem de novo; e sempre nos recordam que somos incapazes.

Mas, se nos acreditamos Espíritos que evoluem, estaremos condenados a não sair do lugar ou haverá alguma coisa errada na forma de nos vermos?

Criaturas de Deus que somos, vamos nos deixar viver mal e inseguros, condenados á dor, á frustração e ao medo? Não! Há que se encontrar saídas e soluções ou nossa confiança nas leis da vida é mentirosa!

Então, mãos á obra!

Nossa mente registra e utiliza das experiências,

idéias e modos de ser que repetimos muitas vezes. Quando algo nos marcou negativamente, uma censura, por exemplo, quanto mais nos sentimos mal, ao lembrar, mais se fixa e passa a ser uma visualização ruim.

O corpo não distingue se um fato está acontecendo ou se estamos recordando. As emoções geram reações fisiológicas e químicas e tudo se passa como se estivesse acontecendo. De modo que prolongamos e aumentamos o sofrimento, como se isso fosse uma coisa boa. O fato ocorreu, mas mantermos ele vivo é da nossa escolha.

A visualização positivada se faz, quando percebendo essa armadilha criada por nós mesmos, decidimos parar de nos prejudicar e adotamos uma outra leitura da situação. Por exemplo, criando a cena de que a censura nos alertou para algo que não havíamos reparado: quanto essa pessoa é deselegante e desagradável, e também, que o que ela disse é apenas e tão somente a sua opinião, não tendo força maior.

Nessa técnica, que imita o nosso natural de fazer imagens interiores dos acontecimentos, as cenas que geram emoções, impressões e pensamentos positivos, são criadas, consciente e intencionalmente, e direcionadas para o objetivo de nos sentirmos bem, confortáveis e aptos ao melhor.

Há quem faça visualizações para conseguir chegar a um objetivo material necessário. Por exemplo, encontrar uma casa dentro do seu orçamento. Nesse caso a pessoa visualiza detalhes do que gostaria e cria a impressão interna de já ter a casa e assim , sente-se confiante o suficiente para trabalhar por ela.

Hoje o treino dos atletas inclui a visualização positiva, pela qual criam cenas interiores de situações de êxito e sucesso nos disputas, porque nos tornamos em como pensamos que somos.

Faça visualizações de você com saúde, se está adoentado; com alegria e contentamento, se está triste e aborrecido; em paz, se tem conflitos; feliz nos relacionamentos, desprendido, inteligente, resolvendo uma situação difícil… sempre de uma forma boa, opondo-se a que está ruim.

Escolha um momento em que está bem, ou crie esse momento pela respiração e desligamento das preocupações, e foque na visualização positiva que escolheu. E repita esse procedimento várias vezes, até que as resistências internas e as opiniões externas sejam vencidas. Sua mente gravará a visualização e ela irá se constituindo em realidade.

William James disse: A maior descoberta da minha geração é que os seres humanos, ao alterarem as atitudes interiores da sua mente, podem mudar aspectos exteriores da sua vida.

18 de abril de 2011
por Cristina Sarraf
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O espírito dogmático e a libertação pelo Espiritismo

espirtismo-dogmatico

A idéia de que o Espiritismo liberta, circula livre nos meios espíritas, e com razão!

Observando atentamente, o conteúdo doutrinário e a sabedoria dos Princípios que o caracterizam, fica fácil entender esse destino libertador.

Mas ao observar os espíritas, constata-se algo diferente, numa estranha dicotomia.

Há, no geral, rigidez, dogmatismo, exacerbação da culpa, das cobranças e da noção de sermos cheios de defeitos, precisando nos sacrificar para corrigi-los ou iremos para a lama do umbral. Essa e mais outras idéias limitantes e escravizadoras, mostram posturas íntimas, crenças e modos de pensar bastante distintos do que se possa entender por libertação.

Admite-se, pela lógica dos fatos, que nos meios espíritas haja uma espécie de sincretismo mental entre os séculos de catolicismo e o conhecimento atual do Espiritismo. Até porque ao reencarnarmos trazemos as fixações mentais e os condicionamentos do passado, que explicam, parcialmente, as amarras internas mantidas, apesar do entendimento doutrinário.

Disso resulta mais uma postura estranha à idéia libertadora: a tendência de Centros Espíritas terem uma estrutura de regras rígidas, cuja obediência acaba sendo seu primeiro objetivo, sedimentado e reforçado por uma ritualística disfarçada, por constantes cobranças de perfeição comportamental e pelo cultivo de um religiosismo temeroso e crédulo. O que é altamente incoerente com o trabalho de lucidez e análise trazido pelos Espíritos da Codificação, somado à postura científica e observadora de Kardec.

Se as fixações comportamentais do passado explicam parte dessa realidade, outra parte tem no medo o seu fator determinante.

Confundido com precaução, atenção, exame das possibilidades e cautela, que são posturas necessárias e de bom senso, o medo resulta da crença no mal, pois sempre aponta para os insucessos, as dores, os problemas, o azar, as desgraças, as perseguições, as doenças, os obsessores, as trevas e tudo o mais que de ruim possa acontecer ou supor-se que vá acontecer.

Esse foco mental no mal, determina que nosso perispírito e corpo estejam caracterizados no mesmo teor e padrão, porque o pensamento qualifica os fluidos.

Resulta, então, mais um processo, esse psicológico, da criação de impedimentos para não passarmos pelo que tememos. O que se dá, e muito eficazmente, com a produção auto estabelecida, de amarras mentais, crendices e condicionamentos limitantes, que impedem e anulam a possibilidade do conhecimento espírita produzir libertação, mesmo que essa seja sua destinação maior.

Quando tememos algo, real ou imaginário, nosso sistema psicofísico “entende” que precisamos de proteção e reage no sentido de impedir que a “ameaça” nos atinja. Estarmos protegidos é prioritário a tudo, porque faz parte da defesa instintiva da vida física.

Se mantivermos a mente bloqueada, mesmo sem querer, ou induzidos por pessoas ou instituições, acabamos revestindo os ensinos espíritas com o que já sabemos, por um processo de interpretação, o que nos impede de apreender seu diferencial libertador. Ou seja, estudamos o Espiritismo e continuamos com as mesmas formas de pensar que tínhamos antes. Nesse caso, as diferenças conceituais que ele trouxe, não conseguem elucidar nosso entendimento sobre detalhes do funcionamento da Vida.

Mas, o Espiritismo é libertador do quê? Exatamente dessas idéias, conceitos, crenças e temores que fomos adquirindo, nessa e em outras vidas, e que sem análise e reciclagem, nos mantem como estamos, embora intelectualmente aprendendo o que nos ensina.

Isso se dá pelo fato de que repetindo e reforçando, pelo comportamento, as idéias que aceitamos, elas se fixam na mente. Depois, funcionam por automatismo, sem percebermos isso, e ficam parecendo ser as nossas reações e interações naturais diante dos acontecimentos e pessoas.

Sendo o conhecimento espírita muito recente em relação ao tempo que cultivamos outros conceitos, por sermos milenares, só a maturação conquistada ou a vontade ativada por reflexões como essas, nos mostram onde estamos condicionados e mecanizados em idéias e costumes, não mais condizentes com a vida que queremos levar.

Portanto, examinar o assunto, fazendo algumas experiências de confirmação, poderá nos dar a certeza desse mecanismo e então, saberemos escolher o que nos convem: ficar com as crenças e hábitos dogmáticos ou libertar-nos deles.

18 de abril de 2011
por Eduardo Baptista
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Cisco

cisco

Pensando sobre a insignificância do nosso planeta perante o tamanho do Universo, lembramos que o homem esquece-se disso com frequência, entrando em disputas, guerras e conquistas egoístas… mas nós não somos tão ‘grandes’ e poderosos assim.

E, no nosso plano íntimo, acontece a mesma coisa… perante nossos semelhantes, também não somos superiores: em essência cometemos erros e acertos em nossa caminhada evolutiva. O médium Spartaco Ghilardi, fundador do grupo espírita Batuíra, comenta sobre isso em seu livro psicografado “Ao Tarefeiro Espírita”. Já no plano espiritual, Spartaco faz, no trecho abaixo – um dos mais bonitos do livro – uma tocante reflexão:

 “Como espírita e médium,

o meu maior receio sempre foi o de me esquecer do que eu era em minha própria intimidade.

De me render ao fascínio do elogio…

De perder a consciência de minhas limitações…

De subir, sem perceber, no pedestal da vaidade…

De encontrar algum tipo de satisfação em ser o centro das atenções…

De me supor o que nunca fui…

De me entregar a delírios de grandeza espiritual…

Quando assim eu me percebia em perigo, corria para Uberaba, a fim de me avistar, às pressas, com Chico Xavier,

cujos exemplos de simplicidade e renúncia me colocavam em meu lugar.

É uma faceta da extraordinária tarefa que o seu espírito missionário cumpria entre nós.

Com o seu modo peculiar de ser, ele desarticulava obsessões que, alicerçadas em nosso egocentrismo,

as trevas fomentavam, no intuito de perder-nos.

As suas atitudes humildes nos seguravam contra os impulsos personalistas.

Eu ficava, em silêncio, observando-o trabalhar, ouvindo as suas palavras sábias,

e retornava a São Paulo, convencido de minha quase total desvalia.

Envergonhado de mim, retomava então, o trabalho, na condição de um dos mais apagados servidores de nossa Causa.

Como a simples visão de Chico Xavier em ação me fazia bem ao coração!

Zita, minha devotada esposa, comentava: – “Spartaco, você voltou de Uberaba tão calado…”

Eu lhe respondia apenas – “Estou pensando…”

Meu Deus, que desastre teria sido a minha experiência como médium, se tivesse sido outra a influência recebida!…

Com apenas quatro palavras, que ficavam ecoando em meus ouvidos,

Chico me trazia de volta à realidade, da qual os médiuns invigilantes e imaturos sempre se afastam:

 – “Eu sou um cisco!…”

                                    (extraído do livro “Ao Tarefeiro Espírita”, psicografado pelo médium Carlos Bacelli)

18 de abril de 2011
por Constância
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Prece: milagre ou técnica psicológica?

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O fato de Jesus ter ensinado uma oração aos apóstolos, legado que ficou para as gerações posteriores, associado ao fato dele ter sido açambarcado como elemento básico de uma religião, levou ao entendimento, (conseqüente ou imposto?) de que a prece é algo miraculoso. É uma obrigação e um testemunho a favor de quem nunca esquece de orar. Como se Deus dividisse as pessoas entre as que oram e as que não o fazem.

Como o livre arbítrio permite que cada um pense como lhe seja mais coerente e de bom senso, entendo a prece como uma excelente técnica psicológica, por isso mesmo avalizada por Jesus.

Ao orar, de verdade, nos desligamos do que nos cerca, dos tormentos e das dificuldades e elevamos o pensamento, a mente, pontos acima de nós, em busca de inspirações, luzes e reequilíbrio energético. A própria pessoa toma a iniciativa e se coloca nessa condição de superar, mesmo que por segundos, a problemática da sua vida. Com isso, está usando, sem saber, a técnica psicológica da dissociação, ou seja, mudando de foco, para não sucumbir e diminuindo a importância daquilo que a perturba. Trás alívio para a pressão psíquica, solta a mente e permite a percepção de saídas e encaminhamentos solucionadores, ou a compreensão do comportamento que levou a tal situação.

Não é Deus nem Jesus que resolvem nossa vida. Somos nós mesmos, pela mudança de atitude, favorecida pela postura de prece. E isso -pode parecer aos crédulos-  mas não é uma coisa divina e nem um milagre!

18 de março de 2011
por Cristina Sarraf
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Melhorar ou amarrar-se?

melhorar

Um dos grandes nós do meio espírita é a questão da melhoria de conduta, que muitos entendem de forma inapropriadas e antidoutrinária, como reforma íntima.

Reforma-se o que estragou ou está ultrapassado, como roupas, por exemplo. Mas nossa forma de ser jamais se estraga, por pior que seja e não fica ultrapassada, porque é, sempre, reflexo de como ainda sentimos e pensamos.

A confusão conceitual nasce de entendimentos parciais e tendenciosos sobre a Lei da Progressão espiritual, mais conhecida como de Evolução. E é bem possível que tenha havido um sincretismo entre conceitos católicos de conduta perfeita, por obediente à Igreja, o que levaria ao céu, e as noções gerais sobre a evolução dos Espíritos. Tanto que há o pensamento de que evoluir é se tornar cada vez melhor, sem nunca errar, sofrer, etc.

Mas esse evoluir seria segundo conceitos pré-estabelecidos por quem??????

O fato é que há uma propaganda sub-reptícia em livros e palestras, ressaltando que somos errados e carregamos coisas feias e criminosas do passado e temos que nos mudar por dentro, na conduta, nos sentimentos e pensamentos ou iremos penar no umbral. Alem disso, Jesus chora por nossa causa!!!!!!!!!

É… parece que já vimos esse filme!

Entender que é dessa forma que melhoramos, significa empreender um grande e doloroso processo de amarrar-se e falsear, adulterar quem somos. O que passa muito longe da límpida e respeitosa lição do conhecer a si mesmo…

Conhecer-se não é se condenar, culpar ou apanhar psicologicamente, de si mesmo.

Conhecer-se é fruto de nos darmos condições de observar e verificar, sem críticas, como sentimos, reagimos, pensamos, falamos e agimos em relação ao que ocorre. Esse verdadeiro conhecer-se precisa de auto-sinceridade e auto-honestidade, porque é um abrir os olhos e ver, mas só ver! sem julgar, elogiar ou deplorar. Ao contrário, é uma postura científica de observação seguida de análise neutra, e depois a repetição desses procedimentos, até ser possível concluir.

Aliás, esse foi o método usado por Kardec nos estudos e fatos espíritas.

Nesse meio de tempo, enquanto estamos examinando como nos comportamos, valorizemos quem somos, aprovando e apoiando nossa forma particular de ser, nossos bons sentimentos e atitudes, nossa capacidade de superar dificuldades e a pessoa ótima que somos. O que pode ser feito falando consigo mesmo e negando tudo que nos “jogue para baixo” e nos condene.

Se foi possível uma conclusão em relação a um aspecto de nossa personalidade, então é hora de verificar se ele está sustentado por sentimentos/pensamentos equivocados ou se o equívoco está nas opiniões sobre ele. Por exemplo: a pessoa é introspectiva e recebe censura e chacota por isso. Querem que seja extrovertida e condenam sua forma de ser.

Se a pessoa dá mais valor e importância aos outros que a si, sente-se errada, defeituosa e procura ser como lhe indicam, amarrando sua naturalidade, se escondendo e copiando posturas.

Caso esteja conhecendo mais a si mesma, verificará que sua conduta é boa, porque tem facilidade de observar-se e sentir suas verdades íntimas. Não é timidez, é uma natureza mais reservada e analítica. O que não quer dizer que não possa ou não deva extroverter-se um pouco…

Cada tempo, povo e família tem seus valores, conceitos e preconceitos. O Espiritismo, trazendo as Leis Universais ao nosso conhecimento, destaca sermos individualidades exclusivas e abre as portas para entendermos que nossas características são sempre fruto do que sentimos, e isso define como pensamos e agimos, ou de como pensamos, o que define como sentimos e agimos. Há portanto, uma razão clara ou oculta por trás de nossas características.

Examinado-as sem crítica e condenação, podemos descobrir se são aprendidas com a família, a sociedade, os amigos atuais, ou se são coisas nossas, trazidas na reencarnação.

O que é aprendido agora, é facilmente substituído, se assim o desejarmos. Seja bom ou mal.

O que é trazido tem raízes mais fundas. Pode até estar atrelado a situações mal resolvidas. Por isso, se for preciso, por decisão pessoal e consciencial, fazer alguma alteração porque essa conduta está nos criando prejuízos, então a bondade consigo mesmo, a paciência, as conversas amigáveis e autovalorizadoras, funcionam mais e melhor. E vão nos libertando dos temores e hábitos cristalizados.

O bom senso, à luz de Kardec, mostra o que é bom para cada momento e situação.

Queremos viver em paz conosco e em harmonia relativa com os demais? O caminhos começa no valorizar-se todos os dias – o que nada tem a ver com vaidade e orgulho-  respeitar-se acima de tudo e tratar-se como trataria a pessoa mais amada.

Depois me conte os resultados, se tiver a disposição corajosa de experimentar essa melhoria libertadora.

18 de março de 2011
por Teresinha Olivier
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Vencendo limites

vencendo-limites

Ao assistir a uma reportagem, há um tempo atrás, feita numa reserva do Ibama, fiquei admirada ao observar as grandes tartarugas do mar que, ao contrário das que conhecemos, famosas pela lentidão, são ágeis nas águas oceânicas e, uma vez ao ano, fazem a travessia do Brasil à África, conseguindo superar obstáculos e desvencilhar-se do ataques de predadores.

Nessa reportagem, estavam numa grande reserva marítima, onde podiam nadar e movimentar-se com liberdade.

Porém, uma chamou a atenção do repórter. Estava no mesmo tanque espaçoso, como as demais, para estudo dos pesquisadores, mas, ao contrário das outras, não saía de um canto da grande piscina.

O pesquisador explicou que o motivo do comportamento estranho daquela tartaruga, que não tinha nenhum problema físico, sendo tão saudável como as demais, estava no fato dela haver sido capturada, ainda pequena, por pessoas inescrupulosas que a criaram dentro de um pequeno tanque, onde não tinha espaço para movimentar-se. Apesar de ter a possibilidade de atravessar o oceano, por sua natureza, condicionou-se a permanecer num espaço limitado.

Fiquei pensando em como nós, muitas vezes, nos impomos limites imaginários, criados pelo medo, comodismo, falta de perspectivas, de ideais, de abertura para coisas novas; falta de interesse de enriquecimento intelectual e espiritual, de curiosidade… colocando-nos numa situação pequena, limitada, quando na realidade, pela nossa própria natureza espiritual evolutiva, temos possibilidades infinitas à nossa frente; basta buscar e conquistar; sair do canto em que nos colocamos.

Somos Espíritos imortais, criados por Deus, com grandes potencialidades a serem desenvolvidas e, muitas vezes, permitimos que situações ou pessoas nos releguem a uma posição limitadora ou castradora, que bloqueia nossos impulsos naturais de crescimento, de conquistas, de buscas de conhecimento, de ampliação de horizontes.

Não podemos culpar ninguém. É conquista que só pode ser feita pessoalmente. Temos à disposição o infinito e a eternidade e todas as faculdades a serem desenvolvidas.

A nossa verdadeira natureza, que é espiritual, nos leva a conquistar a evolução, atravessando os oceanos das várias existências, superando os obstáculos, as dificuldades, nos protegendo dos perigos, nos enriquecendo com as conquistas intelectuais, morais e espirituais, completando cada travessia com uma bagagem maior.

Se não buscarmos conscientemente essas conquistas, nos acomodando a uma situação limitadora, estaremos agindo contra a nossa natureza espiritual evolutiva, gerando doenças do corpo e da alma.

Temos, além do instinto, a razão, o sentimento e o livre-arbítrio que, quando conjugados, propiciam condições infinitas de crescimento em todos os sentidos. Todas as possibilidades estão ao nosso dispor para crescermos; basta sairmos das situações negativistas, bloqueadoras, do tipo: eu não posso, eu não consigo, eu sou assim mesmo, sou incapaz, não tenho oportunidade… Nem ficarmos adiando as iniciativas para quando acontecer algo, como por exemplo: quando me formar, quando me casar, quando conseguir aquele emprego, quando meus filhos crescerem, e assim por diante.

A vida impõe limites devido a escolhas feitas, a necessidades evolutivas, a compromissos assumidos, a necessidade de aquisições de determinadas experiências. Por isso, anseios e ideais devem estar dentro da realidade da existência atual, daquilo que é viável nesta encarnação, para que sejam desenvolvidas todas as potencialidades possíveis.

Dentro desses limites naturais, existem possibilidades que muitas vezes não são aproveitadas, por falta de educação e disciplina da vontade.

Quando se estabelecem metas, a vontade precisa ser orientada e direcionada em função do objetivo a atingir. Mas não basta apenas querer, torna-se indispensável exercitar a vontade e a perseverança, fugindo dos refúgios em mecanismos comodistas.

Em primeiro lugar é preciso definir o que se quer alcançar. Em segundo, analisar se está dentro das suas possibilidades. Em terceiro, movimentar os recursos necessários para iniciar o processo e mantê-lo até o final, usando de perseverança para enfrentar os obstáculos e não desistir no meio do caminho.

Munir-se do recurso da oração, que eleva o padrão de sentimentos e propicia vibrações harmônicas de autoconfiança; da meditação, que harmoniza as emoções e do serviço fraternal direcionado em favor de outrem.

Propiciam o sucesso, os pensamentos positivos e enérgicos, numa atitude de acreditar nessa empreitada e em sua capacidade de alcançá-la.

Nunca esquecer que somos Espíritos imortais, criados para a perfeição. Esse é o objetivo maior da existência. É o plano divino para cada um de nós.

Com o auxílio dos Espíritos protetores, que não farão nada que seja da nossa responsabilidade, mas nos darão forças, coragem e conselhos, se os nossos anseios forem elevados, conseguiremos vencer; porque aprenderemos a movimentar a vontade, aproveitando os recursos que as leis divinas colocam ao dispor de todos.

18 de fevereiro de 2011
por Cristina Sarraf
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Ingratidão

ingratidao

Uma das maiores dores morais, a ingratidão pode levar à perda do gosto pela vida, seguida de doença e até desencarnação, se não observarmos a necessidade e a importância de gostarmos mais de nós mesmos que da expectativa pelo reconhecimento daqueles que beneficiamos.

Costumeiramente acompanhada de um conflito entre o altruísmo ideal de ajudar por ajudar, sem intenções e a carência psicológica de ser reconhecido e sentir a expressão da gratidão pelo empenho ou sacrifício empreendidos, a sensação da ingratidão chega como um terremoto emocional, chacoalhando e derrubando a pouca auto-estima e a paz.

Obviamente, se esse transtorno ocorre, é demonstrativo de que não reconhecemos nosso verdadeiro valor, dando maior significado à opinião alheia, de cuja aprovação dependemos para nos sentir bem.

Sair desse tormento é uma questão de opção e vontade firme. Primeiro de reinterpretar os fatos, encarando nossa fraqueza de esperar algo do outro, como se o cobrássemos do bem recebido. Segundo nos fortalecendo ao darmos valor as nossas qualidades e peculiaridades. Esses são os tesouros pessoais já adquiridos. Terceiro, aceitando que cada um tem suas formas de ser e pensar, mas que vivemos com as nossas, que por isso mesmo devem ser a nosso favor.