18 de fevereiro de 2011
por Teresinha Olivier
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Além da vida

alem da vida

Assisti ao filme Além da vida dirigido pelo conceituado ator e diretor Clint Eastwood.

Trata-se do caso de um médium, interpretado pelo famoso ator Matt Damon, que não aceita sua mediunidade, sofre com essa faculdade e tenta fugir de todas as formas das situações em que é solicitado a entrar em comunicação com Espíritos.

Uma outra personagem é de uma repórter francesa que se encontrava na Tailândia no momento em que aconteceu o terrível tsunami e passa por uma experiência de quase morte.

Na trama existe também dois meninos, irmãos gêmeos muito unidos, que se empenham em ajudar a mãe viciada. Quando um deles morre em um acidente, o outro fica numa situação de solidão e tristeza e busca pela internet alguém que o auxilie a entrar em comunicação com o irmão desencarnado.

O filme mostra os acontecimentos em torno desses personagens, que acabam por se encontrar.

A preocupação do diretor foi mostrar os dramas que envolvem os personagens e não de entrar em explicações sobre a faculdade mediúnica.

O personagem principal, o médium, sofre porque não sabe por que tem essa característica e se revolta pelo fato de tê-la. Como ficou conhecido na mídia, é procurado pelas pessoas que querem notícias de entes queridos, mas se recusa a atendê-las. Notamos aí que lhe falta o entendimento, a compreensão sobre a mediunidade, seus mecanismos e seus objetivos, o que a Doutrina Espírita oferece à mãos cheias.

O filme mostra como a experiência de quase morte afetou a repórter, que tem sua vida alterada em função dessa experiência e a levou a fazer questionamentos de ordem espiritual e dar outro encaminhamento à sua vida.

Para mim, o filme bastante interessante, muito bem feito, sensível, sem lances de ação e fantasias, mostrando a realidade dos sentimentos dos personagens envolvidos nas suas experiências inesperadas.

Temas ligados às questões espirituais estão sendo bastante explorados em filmes, em teatro, novelas, seriados, porque existe interesse por parte do público. Isso é muito bom, mesmo quando as explicações não estão muito dentro dos ensinamentos espíritas, porque é um primeiro passo para despertar a necessidade da procura de uma compreensão maior.

Saí do cinema sentindo satisfação e alegria por ver a sensibilidade de um diretor que ficou famoso com filmes de ação e violência e que hoje, na idade avançada, usa toda a sua experiência e talento para um tema que está de acordo com os anseios de uma boa parte da humanidade. Porque a verdade é que estamos vivendo num tempo em que o Homem está se conscientizando de que somente os avanços tecnológicos, o consumismo e tudo aquilo que está à disposição numa sociedade materialista, não propicia uma felicidade real.

Ao nos voltarmos para a nossa verdadeira natureza, que é a espiritual, alcançamos, de fato, um estado de harmonia interior. E filmes com esses temas afetam as almas mais sensíveis que já sentem, de alguma forma, que existe algo mais além da vida material.

18 de janeiro de 2011
por Cristina Sarraf
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Tudo o mais é com você…

“Nada lhe posso dar que já não exista em você mesmo. Não posso abrir-lhe outro mundo de imagens, além daquele que há em sua própria alma. Nada lhe posso dar a não ser a oportunidade, o impulso, a chave. Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo, e isto é tudo.” – Hermann Hesse

Copiada do site da Ivete Costa -aprecio muito a literatura de H.Hesse- a frase desvenda como ter uma atitude correta face a quem orienta, instrui, ensina ou sugere. Porque a ilusória e costumeira idéia falsa de que outro solucionará nossa vida, trazendo o elixir da felicidade, só provoca decepção, equívocos e sofrimento. Sem o despertar da consciência de como agimos e a necessária auto-ajuda  – que é a parte maior –  ninguém pode alterar nossos costumes e hábitos mentais.

18 de janeiro de 2011
por Ivete Costa
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Inflamação Mental e Emocional

inflamacao

Agressão a nós mesmos

A inflamação é uma resposta dos organismos vivos a uma agressão sofrida. É uma maneira do organismo exteriorizar, como um aviso, a agressão. Inflamação deriva do latim inflammatio, que significa, atear fogo.

Ao fazermos um paralelo com relação aos nossos estados emocionais e mentais, podemos observar que, muitas vezes, estamos em “estado inflamatório”. A “inflamação emocional e mental” é uma resposta da nossa Alma a uma agressão externa e, na maioria das vezes, interna. Como assim? Quantas vezes durante o dia nós dizemos sim, querendo dizer não? Quantas vezes nos sentimos magoados e ficamos ressentidos durante anos? Raiva que não foi “digerida”, esclarecida. A autoestima que cai em queda livre quando nos comparamos aos outros e queremos ser quem não somos, só para sermos aceitos ou “queridos”. Impaciência, por não aceitarmos o ritmo do outro ou mesmo do planeta e da natureza. E até mesmo de Deus. Revolta quando as pessoas não fazem como queremos; não dizem o que estamos esperando; não agem da forma que acreditamos que seja a melhor. Decepção quando a verdade nos visita e o que nos resta é reconhecermos que nos iludimos. Medo da crítica, e nos calamos. Medo do erro, e não realizamos.

Esbravejamos, gritamos, esmurramos, “engolimos”, cerramos os pulsos, travamos os dentes. Buscamos culpados; nos culpamos. Inflamação!

Ateamos fogo na nossa consciência, queimamos em pressa, em irritação, em ressentimento, em indignação, em palavra, em silêncio, em gestos.

Precisamos curar a inflamação. Como fazer? Descobrir a causa. O que está te agredindo? Não olhe para fora agora. Comece dentro de ti. Quais os pensamentos, palavras, sentimentos e atitudes suas te agridem, te jogam para baixo?

O objetivo da inflamação no organismo é dominar, minimizar, neutralizar e eliminar a causa da agressão e induzir a reparação (reposição de células e tecidos mortos por células sadias). Assim também devemos proceder quando estamos inflamados emocionalmente: descobrir a causa para eliminar o agente agressor e, em seguida, fazer a reposição por atitudes, pensamentos, sentimentos e palavras saudáveis, restabelecendo o equilíbrio.

Sejam os agentes internos ou externos, os desencadeadores das inflamações emocionais e mentais, devemos reconhecê-los como “auxiliares” no nosso processo de crescimento. A reação (inflamação) é a ação interna diante dos agentes agressores. É o pisca alerta. O sinal; o aviso.

O processo inflamatório auxilia o organismo a expulsar o agente agressor. Mas, se este processo se prolonga, ele passa a ser prejudicial e crônico. Assim também acontece com nossas emoções inflamatórias. Elas nos ajudam a descobrir o que nos está agredindo, nos consumindo, desmotivando, nos jogando para baixo. Mas, é preciso buscar a cura, para que o processo não se torne crônico e doentio.

Podemos estimular o sistema de defesa do nosso organismo para evitar que agentes agressores se proliferem. Tal qual, podemos tomar medidas profiláticas. Procurar o convívio com pessoas “nutritivas”, alegres, de alto astral; elevar o nível dos nossos pensamentos, sentimentos, palavras e ações; atividade física para descontrair e adquirir maior flexibilidade; alimentação saudável ajuda a manter um bom ânimo; cantar; dançar; fazer terapia; amar, amar e amar. Sorrir também nutre e é uma medida profilática.

É possível realizar o processo de ampliação do conhecimento de nós mesmos com alegria, sem cobranças, esta é uma aventura da Alma. Estamos aqui para nos conhecermos melhor, vencer nossos vícios, nossa negatividade e descobrirmos a Luz e a Beleza que habita dentro do nosso Ser.

18 de dezembro de 2010
por Cristina Sarraf
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Medo é hábito mental

medo

Hábitos são formas condicionadas de ser e pensar. Funcionam à revelia da razão, a não ser que a usemos conscientemente, estabelecendo análise e tomando posturas renovadas; o que requer auto-observação e auto-respeito.

O medo, em sua aplicação artificial, psicologicamente aprendido e mantido como sinônimo equivocado de proteção, torna-se um hábito mental pernicioso e limitante, por impedir a confiança em si e a liberdade de ser. Sendo uma forma falsa de percepção da realidade, porque só vê o ruim e o mal, estabelece uma reação emocional que é registrada pelo corpo e dispara a produção de “químicas” correspondentes, como se um perigo iminente estivesse por acontecer.

Medo de ladrões, de ficar sozinho, de doenças, de desagradar, de não ser aceito, de perder o emprego… são formas aprendidas socialmente e que nada tem a ver com o estado de alerta natural, diante de um perigo ou ameaça. São mantidas mentalmente e funcionam o dia todo, detonando o sistema nervoso e a boa qualidade energética e fisiológica.

Auto-observação é o caminho para o reconhecimento de termos adotado o medo, pensando ter um protetor, quando é um inimigo. Mas…constatado, é possível ser diluído por uma postura renovadora e paciente, que privilegie o bom senso e a alegria de viver.  Alguma disciplina, tirando a importância do que sente, desfaz o hábito e devolve a paz.

18 de dezembro de 2010
por Teresinha Olivier
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Preconceito

preconceito

Preconceito: Conceito ou opinião formados antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento dos fatos; idéia preconcebida; superstição, crendice, prejuízo; suspeita, intolerância, ódio irracionalou aversão a outras raças, credos, religiões, etc. (Novo Dicionário Aurélio)

O preconceito manifesta-se através de uma infinidade de situações que o Homem não consegue compreender e aceitar por serem diferentes da sua realidade.

Diferente não significa melhor ou pior, apenas diferente, mas a ignorância, o orgulho, a vaidade e o egoísmo fazem com que o ser humano veja com desprezo àquele que vive uma situação que ele julga inferior à sua.

Existem muitos tipos de preconceitos e os que parecem mais ostensivos são os de cor, de raça, de condições econômicas e sociais, de religião, de tendência sexual, de padrões de beleza física, se bem que haja muitos outros, de forma consciente ou inconsciente.

O fato é que o preconceito existe e tem provocado muito sofrimento e dor em todos os lugares do mundo e em todos os tempos, manifestando-se através da escravidão moral e física, da segregação, da perseguição, da injustiça e, muito freqüentemente, através da crueldade.

A origem do preconceito está no estado evolutivo do homem. É a ignorância das leis universais que regem as nossas vidas e segundo as quais somos todos irmãos, filhos do mesmo Pai e, perante Ele, somos todos iguais. Apenas cada qual está vivenciando experiências condizentes com as suas necessidades evolutivas. Os Homens têm dificuldade em compreender a extensão dessa verdade e de se libertar de posturas que tolhem a visão universal da realidade espiritual da humanidade.

Cada um de nós está na situação necessária ao seu aprendizado, ao seu crescimento espiritual. As situações diferentes que vivenciamos são as diferentes oportunidades de aprendizado que a vida nos oferece e, se soubermos aproveitar bem essas oportunidades sairemos vitoriosos nas provas, preparados para darmos continuidade ao nosso processo evolutivo com passos mais seguros e escolhas mais sábias.

Todas as situações que o ser humano vive devem ser vistas como estados transitórios do ser em evolução; etapas a serem vencidas na conquista do progresso espiritual. A destinação de todos nós é a perfeição espiritual, que é nossa Herança Divina. Essa perfeição pode ser buscada, em todas as situações que estivermos vivenciando.

O espírita aceita a reencarnação porque compreende que através das várias existências, o Espírito, vivendo situações diferentes em cada uma, vai vencendo as circunstâncias, adquirindo experiência e sabedoria de viver, superando progressivamente, suas próprias imperfeições morais (ou deficiências evolucionais).

O espírita, em geral, ainda está trabalhando essas imperfeições. O problema do preconceito faz parte dessa bagagem espiritual, desde há muitos séculos.

Através dos ensinamentos que a Doutrina Espírita oferece, e que têm por base a moral trazida por Jesus, o espírita vai trabalhando o seu interior, reformulando seus valores, num processo de realização da sua melhoria.

Vai aprendendo a ver em cada semelhante, seja ele quem for, esteja na condição em que estiver, um Espírito imortal reencarnado e em evolução, assim como ele próprio, e conseguindo fazer ao próximo o que gostaria que fizessem a ele.

18 de dezembro de 2010
por Cristina Sarraf
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Sobras

sobras

Calunga/Rita Foelker –  Do livro Calunga DEFINITIVO, recente lançamento de Edições Gil

Sobras são coisas chatas, pra umas pessoas. Aquele fundinho de doce – de abóbora, humm! – que vai pra geladeira e ninguém mais quer. Que acaba secando e estragando.

Mas sobras não nascem do nada. As sobras nascem da ação das pessoas. A gente comprou além do que usou. A gente cozinhou mais do que deu conta de comer. Depois reclama daquilo.

É até um jeito de o povo ter assunto: reclamar.

Mas eu digo uma coisa, a gente precisa parar de reclamar (de tudo, no geral), mas principalmente parar de reclamar do que a gente mesmo fez.

Tá cheio de sobras dentro da gente. Sobras de tristezas, sobras de despeito, sobras de irritação. Sobras de lembranças que já são ou ficaram ruins com o tempo (sobra pode estragar mesmo dentro da geladeira).

Aí, destampa lá uma vasilha que tá guardada faz tempo e vem aquele “perfume” de azedo!!…

Que isso quer dizer?

Que azedou, filha! Sinto muito, mas tá na hora de mandar embora e de limpar a sujeira.

As coisas dentro de você, também. Se tem uma lembrança muito velha ou mesmo recente (tem comida que estraga logo), que toda vez que você abre a geladeira – que olha pro seu mundo interior – ela cheira mal, traz uma sensação ruim, empesteia sua vida com uma fedentina que não deixa ver o lado bom das coisas e das pessoas, tá na hora de tirar fora.

Aquilo não ta prestando pra nada, só pra estragar a possibilidade de desfrutar o que é bom e de se abrir pros sabores e aromas novos.

É uma bronca de mãe, é uma palavra de pai ou de “ex-amor”, é uma decepção no trabalho ou com amiga ou amigo… não importa, aquilo não tá servindo e nem vai servir pra nada.

Quem tinha que comer já comeu. Agora solta, libera, joga fora!

As pessoas estão aí pra dar e receber o bem. Ocê e os outros, todo mundo tá aí pra isso. Acredite, isso que eu tô dizendo é o caminho da felicidade que todo mundo quer e poucos conseguem achar.

18 de dezembro de 2010
por Cristina Sarraf
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Foco na Solução

foco

Um paciente vai a um consultório psicológico e diz ao doutor:
– Toda vez que estou na cama, acho que tem alguém embaixo.
Aí eu vou embaixo da cama e acho que tem alguém em cima. Pra baixo, pra cima, pra baixo, pra cima. Estou ficando maluco!
– Deixe-me tratar de você durante dois anos, diz o psicólogo. Venha três vezes por semana, e eu curo este problema.
– E quanto o senhor cobra, pergunta o paciente.  – R$ 120,00 por sessão, responde o psicólogo.

– Bem, eu vou pensar…
Passados seis meses, eles se encontram na rua. – Por que você não me procurou mais, pergunta o psicólogo.
– A 120,00 a consulta, três vezes por semana, dois anos = R$ 37.440,00; ia ficar caro demais… Ai um amigo me curou por 10 reais.
– Ah é? Como, pergunta o psicólogo. – Por R$ 10,00 ele cortou os pés da minha cama…
Muitas vezes o problema é sério, mas a solução pode ser muito simples!

Há uma grande diferença entre ter foco no problema ou tê-lo na solução!

18 de dezembro de 2010
por Cristina Sarraf
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Este soneto de Eurícledes Formiga representa nossos votos para o Natal e para 2011, aos amigos e leitores do Jornal do CEM

Embora humilde, posto que nascida

Em chão regado de simplicidade,

Minha árvore de amor dá acolhida

Aos peregrinos da fraternidade.

 

Partilharás comigo, em igualdade,

Sua sombra de paz, doce guarida

Na viagem da união e da bondade,

A cada etapa que for percorrida…

 

Que seja este poema que te envio

Alegre e generoso como o rio

Que abençoa, entre cânticos, a terra!

 

Água inquieta, errante, e que, onde passa,

A planta revigora de graça

Os campos violentados pela guerra…

18 de novembro de 2010
por Cristina Sarraf
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O mundo vive uma crise moral ou uma fase de oportunidades?

crise-moral

A verdadeira filosofia é reaprender a ver o mundo”

 Em cada época da história humanidade terrestre, foi reconhecida a existência de uma crise. Fruto de algum desequilíbrio, profundo ou superficial, do status quo, essas crises foram reais, quando a sociedade sofreu reflexos penosos em uma ou mais de suas características, ou aparentes, quando algum aspecto da organização social passou por modificações naturais, desagradando ou atemorizando os mais conservadores. Basta ler relatos e jornais de época e vamos encontrar a palavra crise, apresentada com cores berrantes, quando não terríveis.

Em um século no Brasil, por exemplo, passou-se por ditadura, duas guerras mundiais, revoluções populares e militares, inflação, disputas ideológicas, novas doenças, dissolução dos antigos valores familiares, igualdade da mulher e das minorias, industrialização, avanço tecnológico, afora os grandes fenômenos atmosféricos, que por aqui são brandos. E mais os reflexos, diretos ou indiretos, das crises dos demais países, que cada vez mais nos atingem pelo processo globalizador das atividades humanas.

Em todos os países, a cada fase atingida por um ou mais desses eventos, a idéia da crise se instala, vista como uma situação caótica, sem controle, gerando medo, desequilíbrio social e abusos generalizados.

No entanto, dependendo do enfoque dado, a crise pode ser também, uma época de oportunidades de aprendizagem e criatividade, de reciclar condutas, valores, estratégias e encontrar formas novas e mais eficientes de viver e interagir.

O uso do termo crise, com a conotação psicológica de desgraça, demonstra um predomínio das emoções sobre a razão e da contaminação social, por idéias negativadas e dilapidadoras das forças morais das pessoas. Usá-lo, entendendo ser o ponto mais crítico de um processo que se instala e declina, não estabelece pânico; e pode ser uma forma de despertamento e educação moral e espiritual.

Crise existe. Ela é o pico de um processo desarmonizador. É a soma potencializada de muitas consequências ruins, fruto da maneira “cega”, orgulhosa e destemperada de se usar o livre arbítrio; seja por parte de uma pessoa ou de cada uma das pessoas envolvidas.

Nossas posturas íntimas geram pensamentos e ações; e também, a ausência de percepção e de reação adequada. Por causa disso, atitudes vão sendo tomadas, coisas vão acontecendo, situações vão se instalando… tudo criado por essas posturas, face ao que nos cerca ou atinge. O acúmulo de consequências negativas produz a crise. É sempre esse seu processo de formação, seja ela pessoal, social, moral, financeira, familiar ou da saúde física ou mental.

Toda crise tem vida curta, nunca é algo perene. Após estabelecida, dura um período que sempre é menor do que o tempo de sua formação e começa a decrescer, declinando gradativamente, até o processo alcançar seu possível equilíbrio.

Num futuro, próximo ou remoto, se as posturas íntimas (causas), não tiverem sido percebidas e transformadas, o processo vai se instalando de novo e pela somatória das consequências, acontece outro pico da problemática, ou seja, a crise.

Os valores que a sociedade humana ostenta são os divulgados pelos interesses de alguns grupos poderosos e não todos os que nela existem. Sem atenção a isto nos iludimos muito, “comendo gato por lebre”.

Para ser aceito e reconhecido na sociedade, dois principais caminhos se apresentam: subjugar-se a seus valores, deixando de ser quem é ou assumir-se, ser si mesmo, garantindo-se em todas as situações, apesar das críticas e agressões dos interesses e opiniões contrariados; mas com isso fazer-se respeitar.

A sociedade não deve ser execrada, até porque estamos nela… Assim como não é isolando-se que viveremos melhor. Mas ao entender o momento presente como fruto do passado coletivo, respeitando as motivações das pessoas e aproveitando o que nos serve e convem, trabalhamos pela nossa paz e pelo equilíbrio geral. Podemos agir um pouco melhor a cada dia e até abraçar a divulgação de valores construtivos.

Vivemos num tempo em que a liberdade começa a ser conhecida de forma ampla e ainda não sabemos lidar com ela. Por outro lado, nunca se teve tanto de tudo, embora permaneçam existindo a fome, a miséria e o abuso. Que possamos, então, colaborar com a nossa parte sem nos contaminarmos ou adoecermos moralmente.

No Espiritismo, entendido como filosofia científica, encontram-se os raciocínios necessários para nos firmarmos em nós mesmos e desempenharmos, a contento, nosso papel na sociedade, que não é maior e nem menor que o dos demais. É o nosso. E contribuirá para o Bem geral, se vivermos sem medo e sem pretensões, na consciência de sermos Espíritos em evolução, desenvolvendo a própria essência.

Esse é um momento único na história da Terra, porque temos abundância de tudo, oportunidades inúmeras e tantos recursos, de modo que aqueles que realmente desejam, podem encontrar saídas e soluções boas para as suas necessidades e aspirações.

É claro que ainda a injustiça social predomina, porque o orgulho prevalece, acompanhado dos seus filhos: vaidade, prepotência, preconceitos, egoísmo, medo, manipulações e má fé. Tudo isso faz parte da evolução dos terráqueos e será gradativamente superado. O que não significa cruzar os braços, mas ao contrário, fazer a sua parte, tanto interna quanto externamente, pela participação social. Cada um, como queira e quanto possa…

Moralmente também progredimos muito e hoje, apesar de tudo, temos leis mais justas, condutas mais moralizadas e ação benemérita em muitos campos, manifestadas por grande parte da sociedade. E também, uma exposição das condutas, cada vez maior, coisa que antes não havia, por predominar a hipocrisia generalizada e vista como mal necessário.

Essa exposição de tudo e de todos, aparenta termos um caos moral, porque grande parte do que ficava oculto anteriormente, agora vira noticiário de TV e jornais. Mas não há um caos e nem regredimos. Isso é ilusório. Só estamos vendo o que já havia, mas estava sempre sendo ocultado. Alem do que, acreditar numa crise moral favorece os mal intencionados, encarnados e desencarnados, pela fragilização social que acarreta, como se estivéssemos á mercê da malignidade, da astúcia perniciosa e das “trevas”.

Basta ver quanta gente é correta, verdadeiramente digna, quantos se dedicam seriamente a causas sociais e nobres, coisa que não é divulgada, porque não escandaliza e nem traz lucros egoísticos …

Porem, é fato que quanto mais pessoas viverem com medo e desiludidas do Bem, buscando fora de si e nos “salvadores” a solução para aquilo que é seu, mais estão facilitadas as ações maldosas e dominadoras da consciência humana.

Há forças que lutam pela manutenção do medo, da inação, dos excessos, do status quo, dos temores religiosísticos, dos preconceitos, do terrorismo moral, e da divulgação só do que é ruim; ou seja, puxam para “baixo”, para o lado contrário ao da libertação pessoal e social, pois esta implica em confiança em si e na Vida e pelo gosto de renovar- se, sem culpas e sem baixa estima.

Nossas relações são 99% fluídicas e o que pensamos estabelece o ambiente que criamos ao nosso redor, que se junta com os dos outros. De modo que se a prevalência for de agressividades, por exemplo, essa característica acaba contaminando muita gente e Espíritos descuidados, que passam a se comportar dessa maneira por puro modismo, sem auto-análise e sem auto-observação sobre o que serve ou não, para si. E fica parecendo que todos são violentos; mas é só uma criação artificial que vai se instalando, e pode dominar.

A observação do que se pensa e sente é um chamamento espírita, para irmos tomando conta de nós mesmos e conseguirmos escolher o que nos convem. Todavia, se nossa intenção é sermos iguais aos outros ou se tememos a independência moral, então só nos resta a conduta de rebanho conduzido.

O Espiritismo nada proíbe, ao contrário, nos ensina que temos arbítrio sobre as decisões e escolhas; mas também nos fala do bom senso de examinarmos tudo, respeitarmos todos e buscarmos nos conhecer para saber qual o nosso lugar na sociedade, na família e dentro de nós mesmos.

Como já foi dito, a moral espírita é feita do conhecimento dos Princípios do Espiritismo, norteados pelo ensino de Jesus, de agirmos com o outro como queremos que ajam conosco. Com essa moral, vivenciada da maneira e o quanto possamos, nada há que temer. As dificuldades fazem parte do crescimento pessoal e coletivo, para o ganho de auto-domínio e desenvolvimento das nossas potencialidades.

Crise ou oportunidade? Uma, outra ou ambas?

Depende de como cada um vê as coisas…

18 de novembro de 2010
por Constância
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Sentir e pressentir

sentir

A maior capacidade que temos é a de sentir. Diferente das mentais, sentir não se adapta a palavras e raciocínios, que quando aplicados ao que se sente nunca externam exatamente nossa verdade. Podem aproximar-se, reduzir, alterar e até mascarar o que sentimos, mas palavras não são aptas para traduzi-los, por mais que se queira.

Atentos a esse fato, facilmente provado pela experiência, podemos nos conhecer melhor, pondo atenção ao que sentimos, sem a preocupação de interpretar com idéias ou definir com palavras. Sentir é sentir!

O descostume de valorizar o sentir deixa um vazio interno em relação ao que sentimos, levando-nos a confundi-lo com pensar, com sentimentos e com emoções. É bem verdade que tudo está ligado e acontece por dentro de nós, com uma velocidade tal, que se não pusermos atenção, não conseguimos distinguir um do outro.

Sentir é algo interno, sem muita explicação, uma espécie de guia que antecede as coisas, e nos coloca melhor nelas. É algo muito pessoal, pois tem a ver com nossa forma de captar as características e sutilezas das energias ambientais. Tem a ver também com o pressentimento, aquela sensação íntima, mais comum do que se pensa, que nos alerta e beneficia, quando lhe damos atenção.

O hábito de supervalorizar as palavras, considerando que só elas resolvem nossos problemas, obscurece a observação do que sentimos, que é nossa bússola íntima e infalível, apontando o caminho da própria felicidade.

Tendo a certeza de nossas potencialidades, utilizá-las é mais que bom, é um enorme prazer!