Capítulo XIV – itens 19 e 29
19 – Ocorre da mesma maneira, nas reuniões dos encarnados. Uma assembleia/reunião é um ambiente onde irradiam pensamentos diversos. O pensamento atua sobre os fluidos como o som sobre o ar. Esses fluidos nos trazem os pensamentos como o ar nos traz o som. Pode-se dizer portanto, que há nesses fluidos, ondas e raios de pensamento que se cruzam, sem se misturar, como no ar há ondas e raios sonoros.
Uma reunião é como uma orquestra, um coro de pensamentos, onde cada integrante emite sua nota. Disso resulta uma multiplicidade de correntes e eflúvios fluídicos, onde cada um recebe a impressão pelo sentido espiritual, como em um coro de música, todos recebem a impressão sonora, pelo sentido da audição.
Entretanto, do mesmo modo que existem emissões sonoras harmônicas ou dissonantes, há também pensamentos harmônicos ou discordantes. Se o conjunto for harmônico, a impressão será agradável, se for dissonante, ela é desagradável. Ora, por isso, não é necessário que o pensamento seja formulado em palavras, porque as irradiações fluídicas sempre existem, quer elas sejam expressas ou não; mas basta que alguns pensamentos maus se misturem aí, para produzir o efeito de uma corrente de ar gelado, em um ambiente tépido/ quente.
Essa é a causa do sentimento de satisfação que se experimenta em uma reunião simpática, animada de bons e benevolentes pensamentos; . Nela reina uma espécie de atmosfera moral saudável, onde se respira à vontade, Dela saímos reconfortados, por estarmos impregnados de eflúvios fluídicos salutares. Assim explicam-se também, a ansiedade e o mal estar indefinível que sentimos em um meio antipático, onde pensamentos maledicentes provocam, como que correntes de ar repugnante.
29 – A matéria inerte é insensível; o fluido perispiritual também é, mas transmite a sensação ao centro sensitivo, que é o Espírito. As lesões dolorosas do corpo repercutem no Espírito, como um choque elétrico, por intermédio do fluido perispiritual, do qual os nervos parecem ser os fios condutores. É o influxo nervoso dos fisiologistas que, não conhecendo as relações dele com o princípio espiritual, não puderam explicar todos os seus efeitos.
Interrupções ocorrem, nessa transmissão, pela separação de um membro ou o seccionamento de um nervo, mas também, parcialmente ou de uma maneira geral, e sem nenhuma lesão, nos momentos de emancipação da alma, de grande super-excitação ou de preocupação do Espírito. Neste estado, ele não se concentra mais ao corpo, e em sua febril atividade, atrai, por assim dizer, para si mesmo, o fluido perispiritual que, um tanto afastado do corpo, produz nele uma insensibilidade momentânea. É assim que no ardor do combate, um militar pode não perceber que está ferido; que alguém, cuja atenção esteja concentrada sobre um trabalho, não percebe o barulho que se faça ao seu redor. É um efeito análogo, porém mais acentuado, o que ocorre a certos sonâmbulos, na letargia e na catalepsia. É também assim que se pode explicar a insensibilidade dos convulsionários e de certos mártires. (Revista Espírita, jan.1868: “Estudo sobre os Aïssaouas”)
A paralisia não tem, em absoluto, a mesma causa: nela, o efeito é totalmente orgânico. São os próprios nervos, os filamentos condutores, que não estão mais aptos à circulação fluídica; são as cordas do instrumento que foram avariadas.
—————————————————————————
Esses textos foram traduzidos da 4-a edição francesa de A Gênese, de Allan Kardec.
A sugestão é para que seja feita uma comparação cuidadosa, verificando e anotando as diferenças que você irá encontrar no livro A Gênese que possui, ou que empresta de um Centro Espírita.
A seguir analise qual a influência e quais as consequências resultantes dessas adulterações,
para o entendimento dos espíritas, e para o seu, em particular. Sobretudo no que se refere a ter o Espiritismo como bússola para compreender a Vida, e desenvolver sua autonomia mental e emocional.
———————————————————————————————————————————-